Elise (Repostando)

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Três dias depois da chácara, eu estava tranquila assistindo TV com meu pai na sala, quando senti meu celular vibrar pela milionésima vez, o peguei revirando os olhos achando que era outra mensagem dele. Mas quando abri, era um e-mail da equipe, ou melhor, do careca, e dizia do jeito mais sarcástico possível tudo o que eu não queria...

"Boa tarde, Elise. Bom início de ano. Lamentamos informar em nome da equipe Pach, que suas funções na mesma, estão sendo encerradas. Tanto por ventura da multa cobrada pelo piloto Tales Magalhães Pereira, pela não participação dele na corrida. Quanto pelo fato de estarmos envolvidos apenas com os rallys de velocidade esse ano. Tendo em vista que o propósito das suas viagens não nos cabe mais. Agradecemos pelos serviços prestados. E reconhecemos seu esforço pelo bem da equipe."

Atenciosamente Ivan Caran Sales.

Fiquei de queixo caído. É sério, eu estava sendo mesmo expulsa da minha equipe por e-mail? Que merda era essa?

Olhei para o meu pai, estava tão surpresa que tive que mostrar o e-mail para ele.

Ele leu, e seu rosto ficou vermelho.

- Mas que lazarento! Elise, desconsidera essa merda. Eu vou ligar para esse filho da puta, agora! – Ele se levantou, indo para o telefone.

- Não, pai! – O impedi – Espera, não vai adiantar brigar com ele.

- Mas você vai deixar isso assim? Não vai fazer nada? – Ele estava me olhando confuso.

- O que eu posso fazer? Eu já estava esperando por isso. É claro que isso é uma merda completa. Eu amo as corridas, mas...

Ele coçou a cabeça nervoso. –Eu vou falar com ele, se ele não reconsiderar, eu banco suas passagens, e aí você vai infernizar a vida dele. Eu sei que você é muito boa nisso.

Sorri. Meu pai era tão maligno quando ele queria... Não nego, puxei isso dele.

- Eu fiz você ficar viciada nas corridas, e o mínimo que eu posso fazer é te levar. – Ele me abraçou.

- Obrigada, pai. Agora só falta você me deixar correr...

Ele me afastou dele. – Isso... Você pode esquecer.

Fiz careta para ele, mas resolvi não discutir.

Conversei com Léo pelo skype a noite, mas não quis contar a ele sobre o e-mail idiota. Ele estava tão lindo, de camisa preta, de cabelo solto todo bagunçado e com cara de sono.

- Posso ir aí amanhã? – Sorriu passando a mão pelo cabelo para afastar os fios do rosto, e me derreti, não conseguia falar não para ele... Na verdade, não queria.

- Pra que? – perguntei erguendo a sobrancelha para irritá-lo.

- Ué para te ver...

- Você tá me vendo agora. – rebati.

Ele fez careta. – Vai, por favor, eu comprei uma coisa pra você.

- Ah, Léo... – fiquei chateada, eu não queria que ele ficasse me dando coisas.

- Relaxa, gordinha, você vai gostar... Eu prometo.

Revirei os olhos para ele, e ele riu.

- Tô ouvindo suas músicas. Realmente temos um gosto bem parecido, mas tive que baixar algumas que não estavam no seu pendrive.

Franzi a testa confusa. – Que músicas?

- Evanescence. – Ele riu. – Para ficar lembrando do show...