47 42 mil...

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Voltei para casa do Léo, fiquei lá de molho, enquanto meu braço não voltava a vida, com toda a certeza a parte mais humilhante da minha vida, era precisar da ajuda dele para me vestir. Aquilo acabava com o meu humor. Às vezes eu tinha vontade de tomar banho com a roupa e esperar ela secar em mim. Ele ria, adorava me ajudar a tirar a roupa, e me dar banho. Ele se divertia com a minha cara toda vermelha, e dizia que ali não tinha nada do que ele não conhecesse. A minha vontade era quebrar alguma coisa na cara dele.

O acompanhei na prova de Brotas, com Fábio, e o tempo ia passando mais rápido do que eu previa. No domingo, quando voltamos de Brotas, Léo não quis me levar para minha casa como sempre, e praticamente me raptou para casa dele.

Ele parou a Mercedes em frente ao portão, mas não para colocá-la na garagem, ele só a estacionou. Eu estranhei, mas nem perguntei, ele me puxou pela mão para abrir o portão, e eu estava passando direto para entrar na casa dele, distraída.

- Elise. – Ele chamou parado perto de mim. – Não notou nada? – riu.

- O que? – olhei para trás confusa, e vi o carro coberto, e só aí me toquei que o Galak ainda não havia chegado. Arregalei os olhos, e meu coração disparou. - Ah meu Deus, Léo... – olhei atônita para ele. Minha mente viajou feito um disco voador por todas as possibilidades. Será que era o Kicks? Não, era pequeno demais pra ser o Kicks. Será que podia ser o Lestat? Eu não sabia o que ele tinha feito com ele. Senti um frio na espinha. Como o Ivan não me falou nada? – O que é isso?

Ele sorriu, e caminhou até o carro segurando a capa. – Eu espero que não fique brava, mas eu não resisti quando o vi...

- Mostra logo, Léo! – quase tremi.

Ele riu outra vez com a minha impaciência, e puxou a capa. Eu quase caí para trás. Meus olhos brilharam para ele. Era tão lindo. Eu nunca poderia ficar brava com ele por isso.

Era um Uno Way verde clarinho, com para-choques pretos bem ao estilo off Road. A frente dele era a coisa mais linda que eu já havia visto na vida, bem mais alto que o Lestat, ele parecia um irmão caçula do Galak.

- Pela sua cara, parece que você gostou... – ele riu, e por um momento eu quase babei, olhando para ele. – Digamos que é um neto do Lestat – brincou ele.

- Ele é maravilhoso, e verde... – disse que nem uma tonta, com os olhos brilhando.

- É, A Fiat gosta dessas cores, ainda bem, porque para conseguir o Galak, deu um belo trabalho. – ele me abraçou. – Deixa eu te falar uma coisa, ele tem motor 1.4, e apesar da sua relutância,  peguei o top de linha, ele tem quase tudo que o Galak tem. Só não é 4x4, e...

- Quanto foi? – o interrompi.

Ele sorriu. – 42 mil. – ele me avaliou, e eu estava pensando sobre o assunto. – Vai... É metade do Kicks. – completou ele.

Sim, era um preço aceitável, mas saltar de um carro de cinco mil, para um de quarenta, não ia ser fácil também.

- Tá, você tramou isso direitinho né? Você sabia que eu não ia resistir a uma versão mais nova do Lestat. – encostei a cabeça no peito dele, olhando para o meu novo verdinho.

- Você pode chamá-lo de Edward. Ele não é o vampiro mais novo do pedaço agora? – brincou ele.

- Não blasfeme, Leonardo! – cerrei os olhos. – Lestat sempre será o maior e melhor vampiro de todos os tempos! – eu ri. – Sem essa de brilhar no sol... – revirei os olhos.

- Tudo bem, digamos que esse é o Lestat depois de beber o sangue da Akasha, então. – ele sorriu de lado pra mim.

- Nossa, você me faz ficar louca quando faz essas referências, sabia? Só de você saber fazer uma piada como essa, já me faz te amar mais ainda.

Elise (Repostando)Onde histórias criam vida. Descubra agora