49 Vencedor

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O clima da corrida era bem gostoso, e encontrei muita gente conhecida que já sabia que eu iria correr. O Carlão nem se cabia em alegria por mim.

Ver meu pai ali, arrumando, e preparando meu carro para a corrida... Era tudo que eu sonhei.

Sexta, foi dia de sentar e debater planilhas. Eu, Regi e Léo debatíamos com Cris, Fábio e Blade, eu ajudei Cris com as instruções que eu costumava usar com Léo, e até fiz alguns ajustes na planilha dele. Com o tempo ele pegaria o jeito. Eu peguei, então não havia muito segredo. Eu sabia que aquela era uma corrida de acertos, era minha primeira prova, e  me obriguei a não ter muita expectativa, desci meu objetivo a.. não chegar em último.

Era meio que loucura correr com um carro que depois de preparado, eu nem tinha testado. Mas as coisas tinham que ser assim, quanto menos tempo eu tivesse para pensar, menos nervosa eu ficaria.

Na manhã de sábado, eu e Fábio seríamos o quarto carro a largar. Vesti o macacão do Du, e fui ao encontro do Lestat,  meu pai estava com a testa encostada na porta do meu lado.

- Pai? – chamei, já sentindo um arrepio e com o coração disparado. – Tá tudo bem? – perguntei me aproximando dele.

- Tá, Elise, eu só estava aqui pensando mesmo... – Ele se virou, mas não olhou para mim.

Soltei o ar. – Ah que bom, pai. - ri aliviada – Achei que ia acabar com outro Lestat... – brinquei colocando a mão no peito.

Ele riu, e me abraçou. – Elise, prometa que vai tomar cuidado. Pelo amor de Deus...

- Pai, tudo bem. Eu vou me cuidar, vou me sair bem. – o tranquilizei.

- E esquece esse negócio de ganhar do Léo, tá? – seus olhos estavam pequenos de preocupação.

- Pai, é claro. Eu sei que não dá para ganhar dele. Fica tranquilo, que por incrível que pareça, eu sei o que estou fazendo.

- Eu sei que sabe. Eu tô muito orgulhoso de você.

O encarei, e o abracei outra vez. – Não sabe como eu queria ouvir isso de você, pai. Já nem importa mais o resultado para mim. Esse foi meu maior prêmio... Eu te amo muito, pai.

- Eu também te amo, pequena. – ele sorriu, e me deu um beijo na testa.

Me virei, e Léo estava parado atrás de mim. Sorri e pulei em seu pescoço.

- Não achou que você fosse correr sem eu te ver antes, né? – ele sussurrou no meu ouvido.

- Não, eu vi que você só vai correr daqui a alguns minutos. Que bom que tá aqui.

- Tá nervosa? – falou afagando meu rosto, sem esconder o próprio nervosismo.

Balancei a cabeça negativamente. – Não, eu estou estranhamente calma.

- Que bom. Escuta... – Ele passou a mão por meu cabelo, meio que pensando longe.

- Léo... – O reprovei, sabia que ele ia me mandar tomar cuidado. – Eu vou ficar bem, tá?

Ele me apertou contra ele outra vez, e me deu um beijo com urgência.

- A gente se vê depois do especial... – Eu o afastei de mim.

- Tá, eu te amo, gordinha. Boa sorte.

- Obrigada, Léo. Também te amo. Boa sorte, pra você também. – dei um beijinho nele.

Ele desviou o olhar de mim, para encarar o Fábio.

- Tu fica esperto hein, Fabio?! Tu tá guiando a minha mulher! – Léo apontou para ele, quase o ameaçando.

Elise (Repostando)Onde histórias criam vida. Descubra agora