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    Eu combinei tudo com o Ivan, e pedi para ele mandar tudo o que eu ia precisar para a casa do Léo, as camisas novas, bonés e qualquer outra coisa, porque eu realmente não queria contar nada ao meu pai. Se ele queria ficar trancado no mundinho dele, eu é que não ia tirá-lo de lá.

Disse para  minha tia que ia viajar com o Léo, e que provavelmente voltaria na segunda. Ela não se preocupava, confiava no Léo, e achava até bom eu sair daquela aura de depressão que a casa ficou com meu pai daquele jeito.

Na quarta de manhã, me despedi de meu pai, e ele como o de costume nem me olhou. Eu dei um beijo em sua bochecha. Me sentindo a pior pessoa do mundo, mentindo daquele jeito. Mas eu não podia me entregar como ele... Eu tinha que seguir em frente. Tinha que seguir meu caminho pelo Du. Por tudo o que ele era, e por tudo que ele fez por mim.

Por volta das oito horas, Léo encostou sua Mercedes em frente a minha casa, joguei minha mochila atrás do banco e entrei lhe dando um beijo, vi o Stitch entre os bancos.

- Gostei dele, mas prefiro a dona. – Ele riu.

***

Quase sete horas de viagem até Pomerode, e até por isso, a gente tinha que fazer valer a pena.

Paramos no meio da viagem para o almoço, era nosso local de encontro, e o Ivan já estava lá com Blade e Regi, os dois me abraçaram, a última vez que eu tinha visto os dois, foi no enterro do Du. Até o Ivan me abraçou, foi meio estranho, mas eu estava começando a me acostumar com ele sendo legal.

- Corrida de estreia, hein? – Regi sorriu para mim.

- Pois é, eu nem estava esperando por isso...

- Você vai se sair bem, Elise, qualquer coisa te dou uns toques. – Blade sorriu também.

- Obrigada, o Fábio me deu umas trilhas, treinamos um pouco no fim de semana passado. Mas qualquer coisa, peço socorro. – brinquei.

- E seu pai? – Regi perguntou.

Balancei a cabeça negativamente. – Tá na mesma... Nem me olha, não fala, quase não come.

- Caramba, Elise, que barra. Aposto que ele nem sabe que você tá aqui com a gente, né...

Assenti. – Eu não falei, e ele também não perguntou. Então... – dei de ombros.

- Tá gente, vamos parar com essa conversa deprê, e bora rangar, vai. – Léo resmungou.

Seguimos para dentro do restaurante, almoçamos e voltamos para a estrada. Chegamos quase quatro da tarde e, ainda bem que teríamos a quinta para descansar, Léo estava esgotado por tantas horas dirigindo. Mas ele fazia questão de não chegar de carona nas competições, ainda mais agora.

Fomos ao hotel, e enquanto fazíamos o check-in, Ivan e os outros chegaram. Léo riu ao ver a reserva em quartos separados para a gente, e pediu para mudar.

- Não viajei tanto tempo para dormir sozinho... – Sorriu. Mas  ergui a sobrancelha para ele. Realmente ele não tinha memória, ou fazia de propósito para me irritar. Ele sempre falava isso, mas no caso, era com as senhoritas bundas de fora. E não era bem dormir, o que ele fazia.

Os meninos se entreolharam, e me deram sorrisinhos. Talvez pensando o mesmo que eu.

Subimos para o quarto com as mochilas, Ivan apontou as sacolas que Léo carregava, onde estavam as camisas e os bonés novos da equipe.

- Seu macacão também tá aí, se você mudar de ideia...

- Tudo bem, obrigada, mas não vou. – Sorri para ele.

Elise (Repostando)Onde histórias criam vida. Descubra agora