Capítulo 26 - A cruz que eu carrego

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O clima tenso era quase palpável e parecia que a qualquer momento se tornaria solúvel

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O clima tenso era quase palpável e parecia que a qualquer momento se tornaria solúvel. Arrisquei um rápido olhar para Emilly e vi seu corpo tremendo, seus olhos encharcados de lágrimas fitavam o homem esguio e de cabelos muito pretos.

-Já que você não faz as honras eu mesmo faço - disse o homem à Emilly e veio caminhando em minha direção. Levantei-me e fiquei de frente para ele, ficou notável a pouca diferença de tamanho, ele é apenas alguns centímetros mais alto. - Hector Campbell - ele estende a mão.

-León Cooper - digo o cumprimentando com firmeza.

-Vejo que cheguei em uma hora oportuna, espero que não se incomode de eu ficar e almoçar com vocês - disse ele, seus olhos postos na direção de Emilly. - Minha filha parece ter se esquecido de me avisar sobre sua vinda.

-Incômodo algum, estou muito satisfeito em poder conhecê-lo - digo tentando soar o mais casual possível. Sua presença não me agrada nenhum pouco, não que ele tenha feito algo contra mim, mas para Emilly... já não posso dizer o mesmo.

Volto a me sentar e Hector se senta uma cadeira depois da minha, noto que seu olhar ainda está concentrado em Emilly, dirijo minha atenção à ela e vejo o medo estampado em seus olhos. Meu corpo ganha um pequeno espasmo de raiva só de pensar que esse sujeito a deixa assim.

-Margaret - ouço a voz de dona Rebecca e a olho, ela parecia tão perturbada quanto a neta. - Coloque mais um prato à mesa para Hector.

-A comida não está boa, filha? - perguntou Hector, sua voz continha um toque de frieza. Emilly engoliu em seco e abriu a boca para responder mas nada saiu, ela ainda parecia completamente em choque.

-Estou sem fome - respondeu ela por fim, sem esboçar qualquer expressão.

-E então, León, o que você faz da vida? - perguntou Hector enquanto Margaret o servia.

-Gerencio uma empresa de consultoria e faço faculdade - digo e o vejo erguer as sombrancelhas levemente.

-E quantos anos você tem? - perguntou ele com uma leve curiosidade.

-Dezessete - digo e o vejo erguer ainda mais as sombrancelhas.

-Q.I elevado?

-Sim - digo de forma simples.

-O que você acha de eu pedir uma consultoria sobre minha empresa, filha? - perguntou ele com um sorriso de lado olhando para Emy. Ela arregalou os olhos instantaneamente.

-Seria ótimo - digo tentando dar margem ao assunto. - Sua empresa é de qual ramo?

-Digamos que...

-Por favor, sem assuntos de trabalho à mesa! - ralhou Emilly parecendo nervosa. Hector parecia se divertir com a situação.

-Por que, meu bem? Você deveria se interessar já que um dia tudo aquilo será seu - disse ele sorrindo e vi as lágrimas voltarem aos olhos dela. Senti vontade de esmurrar o rosto dele.

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