Era 17 de outubro e estávamos todos viajando para o Canadá. Era uma viagem para conhecer a nova casa de Leon e Emilly, fomos passar o final de semana inteiro com eles. Meu primeiro pensamento ao ver o lugar foi: é a cara da Emilly. Tudo era lindo e cheirava à grama.
— Sua casa é um verdadeiro cartão postal — digo quando Emilly e eu andávamos pelo "quintal" enquanto bebíamos café.
— É perfeito, não é? — Disse ela com os olhos cintilantes. — Eu amo esse lugar.
— Me faz querer largar a cidade e morar no campo também — digo bebericando minha bebida quente.
— Você não ia se arrepender — afirma ela com um sorriso.
— Não sei, acho que o cinza da cidade urbana combina comigo — digo reflexiva enquanto fito a montanha.
— Diz isso por conta dos seus sentimentos ou é só uma analogia à moda?
— Acho que todos os sentimentos que sobraram em mim são cinzas — digo segurando minha xícara com as duas mãos para esquentá-las do frio.
— Você não deve se cobrar tanto em trazer cor para sua vida tão rápido — diz Emilly em seu tom sábio e místico. — Além do mais, você pode permitir que as pessoas ao seu redor te ajudem com isso.
Olhamos para o mesmo ponto. Lá longe, no final da cerca, estão Tracey e Leon. Os dois conversavam, aparentemente, sobre a floresta.
— É difícil amar outra pessoa quando seu amor antigo acabou mal-resolvido — comento olhando especialmente para o ponto distante que era Tracey.
— As pessoas nunca amam outras da mesma forma que as anteriores — diz Emilly e penso a respeito. Será que de alguma forma, completamente diferente, eu amava o Tracey? — Sabe, apesar do amor ser teoricamente um sentimento, a gente não sente amor, apenas o vivemos. Sentir e viver são completamente diferentes.
— É possível amar uma pessoa sem sentir nada por ela? — Perguntei confusa a encarando. Ela abriu um sorriso.
— É claro que você vai sentir coisas, mas você não precisa sentir a todo instante para saber que ama uma pessoa. O amor não se trata apenas de sentir — disse Emilly encarnando um monge de duzentos anos.
— Eu só não quero enganar Tracey com falsos sentimentos — digo olhando para onde ele está novamente.
— Se você sempre for verdadeira com ele, não vai — diz Emilly e coloca a mão em meu ombro. — Você sempre foi sincera com as pessoas, Lau, seja assim também consigo mesma.
— Obrigada — digo colocando minha mão sobre a dela. — Você sempre me ajuda com os seus conselhos.
— Vó Rebecca sempre disse que sou uma falastrona nata.
— Ela não está totalmente errada — digo e sorrimos com cumplicidade.
— Vamos, preciso colocar a torta para assar — disse Emilly e antes de a seguir, dou uma última olhada para Tracey.
Naquela noite fizemos uma fogueira no quintal. Bebemos vinho e assamos marshmallow enquanto conversávamos. Fora uma noite muito agradável.
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Gêmeos em Ação
Teen FictionLeon e Lauren são totalmente o oposto um do outro, enquanto ele é calmo, intelectual, minucioso e simples, ela é agitada, vaidosa, espontânea e mimada. Apesar da diferença gritante entre eles, os dois continuam gêmeos e melhores amigos. Lauren sempr...