A escuridão estava por toda parte. Muitos barulhos atravessavam meus ouvidos e se misturavam. Estava sentindo falta de ar. Havia algo pesado pressionando todo meu corpo, mas então, de repente, o peso foi aliviado. O ar pareceu voltar aos meus pulmões. Abri os olhos e vi um céu nublado. Também vi policias ao meu redor. Um deles se abaixou até mim e levou os dedos até meu pescoço e pressionou levemente. Ele estava checando minha pulsação? Por quê? Ao olhar para o lado um grito ficou preso em minha garganta. Levei alguns instantes para reconhecê-lo. Anders tinha os olhos arregalados e me encarava fixamente. Seu rosto estava coberto de sangue e o pior é que havia um buraco em sua testa. Meu estômago embrulhou. Eu fiquei tão apavorada que lágrimas umedeceram meus olhos, mas então mãos geladas virou o meu rosto com delicadeza. Me deparei com uma policial de olhos escuros e gentis.
— Não olhe para ele, menina, não irá te fazer bem — disse a policial com a voz serena. — Como você se chama?
— Lauren... — Respondo meio aérea. Forço minha mente e cenas de Anders me sequestrando ocupam meus pensamentos. — Ele atirou em mim? — Olhei para baixo e passei as mãos pelo meu corpo em desespero tentando achar alguma perfuração.
— Não, não se preocupe — disse a policial segurando minhas mãos. — Ele não atirou em você.
Respirei aliviada. Já tinha uma cicatriz de facada, não precisava de uma de tiro também... isso se eu conseguisse sobreviver a um tiro.
— Você consegue se levantar? — Perguntou a policial.
— Acho que sim — respondi e segurando o meu braço ela me ajudou. Quando fiquei de pé senti algo escorrer pela parte de trás das minhas pernas. Olhei para meu corpo e vi sangue em toda parte. — Meu Deus... — Falei com desespero. Procurei novamente por qualquer indício de machucado, perfuração ou corte, mas não senti nada, aparentemente estava tudo bem. Foi aí que me toquei que o sangue só podia ser do Anders. Olhei para ele e uma angústia abriu espaço em meu peito. No momento seguinte estava vomitando.
Involuntariamente acabei pensando na morte. Pensei que no lugar do Anderes, bem ali, onde seu corpo sem vida estava estendido, poderia ser eu. E esses pensamentos me levaram a pensar em Louis. Ele sentiu dor? Quais foram seus últimos pensamentos? Ele lembrou de mim por um instante? Todas as perguntas voltaram. Aquele buraco que eu vinha tentando camuflar se rasgou e redobrou de tamanho. A dor estava inflamada. Minhas lágrimas escorriam na tentativa inútil de aliviar meu coração.
De joelhos no chão senti alguém me abraçar. Era a policial de olhos gentis. Ela foi tão solidaria que meu deu ainda mais vontade de chorar. Não percebi de imediato, mas eu estava soluçando contra sua farda.
— Vem. Você precisa sentar e se acalmar — disse a policial e me encaminhou até uma ambulância.
Enquanto eu chorava silenciosamente sentada na beira da ambulância, recebia cuidados médicos básicos.
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Gêmeos em Ação
Teen FictionLeon e Lauren são totalmente o oposto um do outro, enquanto ele é calmo, intelectual, minucioso e simples, ela é agitada, vaidosa, espontânea e mimada. Apesar da diferença gritante entre eles, os dois continuam gêmeos e melhores amigos. Lauren sempr...