Capítulo 10 - Promessa Intocável

1.7K 158 15
                                    

Era uma tarde ensolarada de primavera, as nuvens passavam pelo céu devagar e apenas uma brisa leve refrescava o dia

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Era uma tarde ensolarada de primavera, as nuvens passavam pelo céu devagar e apenas uma brisa leve refrescava o dia. León e Lauren corriam pelo parque, felizes por poderem saírem de casa para brincar.

-Eles estão crescendo tão rápido - disse Micaella ao meu lado no banco da praça. - Tenho medo de um dia eles seguirem os mesmos caminhos que seguimos.

-Isso não vai acontecer, nossos testemunhos serão suficientes para os manterem afastados daquele submundo - digo olhando para Mica.

-Não, Bryan! - disse ele apavorada com a idéia. - Não podemos contar nada a eles! Não quero que eles tenham nenhum tipo de envolvimento com aquela história podre ao qual protagonizamos um dia!

-É a nossa história, Micaella - digo a lançando um olhar penetrante. - Não temos que nos envergonhar dela.

-Exato, nossa história e demais ninguém - diz Micaella com os olhos cheios de lágrimas. -Nossos filhos não precisam saber dela.

-Tudo bem - digo enxugando uma lágrima que escorreu pelo seu rosto. - Não contaremos nada a eles.

-Me promete Bryan? Me prometa que nunca dirá uma só palavra do que aconteceu no nosso passado - diz Mica, seus olhos com súplica.

-Calma borboleta - digo com um meio sorriso. - Eu prometo que nunca direi nada a eles. Você tem minha palavra, assim como tem meu amor.

Essa promessa nunca fui quebrada, ela continua intocável mesmo passado treze anos. Mesmo León e Lauren estarem prestes a fazer dezoito anos.

Quando os filhos ainda são pequenos é fácil controlá-los e quando são desobedientes basta colocá-los de castigos. Mas quando eles crescem um simples "não" não resolve, é preciso argumentar, convencer, negociar e por aí vai. Hoje em dia eu não tenho mais poder sob León ou Lauren para impedi-los de viverem da forma que eles acharem melhor, mas isso não significa que não posso protegê-los.

Se eu não tivesse deixado aquela vida de crimes para trás, nesse momento estaria torturando cada sujeitinho de merda que fez minha filha sofrer. Mas ao invés disso estou na frente de um dos vermes que participaram do ataque à Lauren.

-Como você disse que se chama? - perguntei ao sujeito. Ele mantinha a cabeça com vastas cabeleiras louras abaixada.

-Yoan - respondeu ele.

-Diga Yoan, você acha justo pagar por um preço sozinho sendo que outras pessoas também usufruíram do produto? - pergunto colocando meus métodos em prática. - E usufruíram mais do que você? Eu não acho nenhum pouco justo e você?

-Não - responde ele.

-Então por que você não me conta qual o nome dos outros dois? Quer dizer, um eu sei que se chama Anders, mas e o outro?

Silêncio. Ele não faz menção de dizer de nada. Me levanto e sigo para fora da sala onde se encontra Tracey.

-O indivíduo está irredutível, vou ter que apelar para meu penúltimo recurso - digo pegando o copo de café que Tracey me oferecia e levo à boca.

Passados alguns minutos volto para a sala, sento no mesmo lugar de antes e encaro o sujeito.

-Falei com alguns amigos que eu tenho por aqui e eles concordaram que dois presos é melhor que um - digo e ele franze o cenho. - Se você me der o nome completo do outro sujeito eu consigo te livrar dessa, que na minha opinião você não tem real culpa. Vamos dizer que você estava sob o efeito de bebida e drogas e foi influenciado, inconscientemente, a fazer aquilo.

Surpresa e esperança passa pelos seus olhos, ele hesita por um momento mas repensa e diz:

-Nathan Lee Campbell, esse é o nome do outro cara.

Me levanto da cadeira e abro um sorriso.

-Espero que seus anos na cadeia sejam prazerosos - digo debochado. - Você dará uma ótima mulherzinha.

Saio do recinto deixando o sujeitinho assombrado, foi mais fácil do que pensei.

-O que você falou para ele que o fez abrir o bico? - perguntou Tracey.

-Disse que se ele contasse ele estaria livre, pois dois presos são melhor que um - digo dando de ombros.

-Você disse que esse era seu o penúltimo recurso, qual seria o último? - perguntou ele curioso.

-Forçá-lo a dizer usando hipnose.

-Hipnose? Isso é possível? - perguntou Tracey com ar de graça.

-Quando você tem uma arma apontada para o meio de suas pernas sim.

-E você chama isso de hipnose? - perguntou ele rindo.

-Acha que tratamento de choque seria o melhor termo? - pergunto com simplicidade.

-Alguma coisa com psicológico cairia melhor.

-Talvez eu peça ajuda, Lauren tem uma mente fértil - digo e me viro para Tracey. - Obrigado, por ter salvo minha filha.

-Só fiz o meu dever, tanto de agente quanto de cidadão - diz ele e apenas manoseo a cabeça em afirmativo. - Vou levar o preso para a cela.

Se antes eu já ia com a cara de Tracey agora o devo minha própria vida. Ter salvado Lauren daqueles vermes me deixa em dívida com ele, se não fosse pelo o mesmo minha filha poderia ter sido estuprada, ou pior, poderia estar morta agora.

Depois que Tracey levou o preso para a cela fomos atrás de informações sobre o terceiro elemento. Verificamos se Nathan Lee Campbell tinha algum antecedente criminal, mas não encontramos nada. Então foi a vez de ligarmos para os hospitais, mas não resultou em nada também. Tivemos que deixar Nathan de lado, por enquanto, para ir atrás de Anders e esse rato eu sei muito aonde se esconde.

***

-Ele mora aqui? - perguntou Tracey impressionado com a mansão luxuosa que se estendia a sua frente.

-Sim - digo olhando em direção aos portões da mansão. - Anders é um playboyzinho de merda sustentado pelos pais que... Ali, o filho da mãe está fugindo!

Anders entra em um carro prateado e ao ver a viatura sai a toda velocidade em direção contrária. Ligo a sirene e piso fundo no acelerador, uma perseguição começa.

Anders acelera cada vez mais, está sendo difícil manter ele em vista, a todo momento ele tenta me despistar.

Até que em uma fração de segundos o carro de Anders perde o controle e desliza para fora da pista se chocando contra uma árvore. Piso no freio desacelerando a viatura e a deixo estacionada a poucos metros do acidente.

-Ligue para o corpo de bombeiros e para a ambulância - digo a Tracey e desço do carro.

Caminho até o carro de Anders e vejo que o estrago foi tão grande que a parte da frente do veículo se comprimiu e mal consegui ver o corpo de Anders, apenas era muito visível o sangue escorrendo.

É como dizem: aqui se faz, aqui se paga.

___x___

Gêmeos em AçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora