Leon e Lauren são totalmente o oposto um do outro, enquanto ele é calmo, intelectual, minucioso e simples, ela é agitada, vaidosa, espontânea e mimada. Apesar da diferença gritante entre eles, os dois continuam gêmeos e melhores amigos.
Lauren sempr...
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O mundo era uma escuridão sem fim, me encontrei perdida no meio daquele breu. Mas eu não estava sozinha, sentia que havia mais pessoas ali comigo, eu só não conseguia enxergá-las. E então eu vi uma luz surgir ao longe e sem que eu quisesse, meus pés começaram a ir em direção aquele ponto branco. Ouvi vozes, elas me guiavam naquela escuridão, estava sendo conduzida por elas, mas quanto mais eu corria em direção à luz mais ela se afastava de mim. Aquilo foi ficando desesperador, uma angústia com ressalvas de ansiedade e medo foram tomando conta de mim, senti vontade de sentar e chorar, de desistir. Mas as vozes em minha volta estavam ficando mais fortes e próximas, aquilo me encorajou novamente e a luz pareceu estar cada vez mais perto, mais próxima do meu alcance, mais intensa, mais clara e...
Pisquei os olhos várias vezes, sentia que toda aquela claridade iria me cegar caso eu abrisse de uma vez. Escutei algumas vozes e barulhos semelhantes a passos e objetos sendo pousados em uma superfície metálica. Minha visão estava um pouco embaçada, mas não precisei me esforçar muito para reconhecer o homem que se colocava ao meu lado. Quando esfreguei os olhos para ajustar minha visão, pude ver com clareza os traços angelicais de Louis contraídos em preocupação, seu olhar era avaliativo, me parecia que ele estava procurando por alguma coisa de incomum em mim. Sorri docemente para ele.
–Eu devo ter atraído o caos para você estar me olhando assim – disse bem humorada e vi os músculos dele relaxarem. Mas só foi eu gemer de dor quando mexi meu corpo para sua preocupação voltar a estampar seu rosto.
–O que você está sentindo? – perguntou Louis sentando na beirada da cama aonde eu me encontrava.
–Umas dores aqui – disse e apontei para minhas costelas. – Minha cabeça também dói.
–Isso é normal, doutor? – perguntou Louis se virando para um homem de meia idade. Só agora havia notado que tinha mais duas pessoas no recinto. Um médico de cabelos grisalhos e uma enfermeira jovem de pele escura e cabelos encaracolados.
–Mas é claro que sim! – disse o médico como se aquilo fosse mais do que óbvio. – Ela vai continuar sentindo essas dores pelos próximos dias, vou receitar alguns remédios que irão aliviar e ajudar na recuperação.
–Louis – chamei sua atenção para mim. – O que houve? – perguntei receosa.
–Um dos homens de Hector conseguiu escalar até meu quarto e atirar contra você, era para ter sido contra mim, mas você entrou na frente – disse ele e passou as mãos pelo meu cabelo. – O tiro perfurou a lateral da sua barriga e raspou em uma costela, quando você caiu bateu a cabeça no chão e então desmaiou.
Cerrei os olhos, estava me lembrando aos poucos, me recordo de estar conversando com Louis antes de sentir uma dor agonizante, mas... Sobre o que conversávamos?
