Capítulo 28 - Por um bem maior

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Durante toda minha vida, ou pelo o que me lembro, eu sempre fui minucioso, sempre planejei, sempre tive o controle sobre minha vida, sobre minhas ações e sobre minhas emoções

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Durante toda minha vida, ou pelo o que me lembro, eu sempre fui minucioso, sempre planejei, sempre tive o controle sobre minha vida, sobre minhas ações e sobre minhas emoções. Nas brincadeiras de criança sempre arranjava um jeito de ganhar, articulava um plano para garantir vitória, nunca deixei meus sentimentos me atrapalhar, gostava de usar a razão. Mas agora eu não me reconheço mais, há semanas que deixei de ser o León Cooper diretor austero de uma empresa de consultoria, Quarterback da equipe de futebol americano estadual, universitário exemplar de QI alto, anti-romântico implacável e artista solitário. Agora sou apenas León Cooper, o cara apaixanado que não raciocina direito quando se trata de Emilly Beaumont.

Explicar o que senti quando ela rompeu nosso relacionamento é quase impossível. Meu peito pareceu se abrir e um abismo sem fim surgiu com essa abertura. Eu não conseguia sequer falar, minha boca secava a cada dois segundos e minha mente parecia estar paralisada, como se meu cérebro tivesse se desligado automaticamente. Estava no fundo do poço e Lauren foi o meu socorro, não havia pensado como ela, a verdade é que não estava apto para pensar em nada.

Quando saí dirigindo pelas ruas de Miami tive que me acalmar, estava muito ansioso e agitado, caso ao contrário não iria nem conseguir ver o rosto de Emilly e isso era uma das coisas que eu mais almejava. A rua onde Emy mora é típica de filmes; palmeiras altas, mansões luxuosas, pessoas bronzeadas e carros milionários. Deixei meu carro em frente a mansão dela e segui caminhando a pé até o portão de entrada.

-Boa tarde, eu vim ver a Emilly, você deve se lembrar de mim, sou o namorado dela - digo sendo o mais simpático possível.

-Sim, me lembro muito bem, mas também me lembro que houve uma confusão envolvendo o senhor - diz o porteiro me olhando desconfiado pela fresta do portão. - Desculpe, mas não estou autorizado a deixá-lo entrar.

-Então você pode fazer a gentileza de ir chamar Emilly? - digo um pouco irritado.

-Desculpe, não será possível, tenho ordens expressas para não deixar ninguém entrar - disse ele em tom neutro.

Suspiro exasperado e volto para o meu carro, deixo o mesmo há dez metros de distância e volto sorrateiramente para a mansão de Emilly. Fico escondido atrás de uma árvore e tento pensar em um jeito de entrar sem ser visto. Dez minutos se passam e nada. Vinte minutos. Trinta minutos. Quarenta minutos. Nada.

Quando finalmente desisto e pego o celular para ligar para Emy eis que surgi meu "milagre". Uma vã de um buffet famoso em Miami para em frente ao portão, não penso duas vezes e com todo cuidado vou até a parte traseira do veículo e sigo o mesmo quando sua entrada é liberada. Deslizo pelo lado direito da vã para que o porteiro não me veja, nem acredito quando consigo entrar pela porta dos fundos onde dá acesso para a cozinha. Ninguém do buffet questionou minha entrada, nem mesmo a empregada, essa parecia muito nervosa com a encomenda, pois a ouvi dizer:

Gêmeos em AçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora