Capítulo 36 - Anjo caído

1K 100 34
                                    

Acordar e ver somente escuridão te faz pensar se você realmente está acordada, ou viva

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Acordar e ver somente escuridão te faz pensar se você realmente está acordada, ou viva. Não sabia responder há nenhuma dessas perguntas por pelo menos cinco minutos, cheguei achar que era verdade a teoria de que quando se morre seu corpo deixa de existir e sua mente passa a orbitar o nada. Mas o que me fez acreditar que eu estava viva foi ter ouvido a voz de Emilly há poucos centímetros de mim.

-Ah céus, graças à Santa Prada! - exclamei aliviada e contente. - Você está bem, Emilly?

-Lauren! Eu não consigo te ver! Eu virei uma toupeira! Estou cega, Lauren! - gritou Emilly histérica e não pude evitar o riso.

-Calma, Emilly, você não está cega, aqui é que está escuro, eu também não vejo nada - digo para acalmá-la. - Você está bem? Está com dores ou algo do tipo?

-Estou bem, só com dores nas costas... - disse Emilly e tinha quase certeza que aquelas dores não foram causadas durante o sequestro. - Estou faminta, parece que tem milhares de lombrigas em mim!

-Aguente mais um pouco, talvez alguém apareça e...

Não precisei completar a frase. Uma porta foi aberta e jorrou luz para todo lugar, foi como ficar cega por alguns instantes. Pisquei incessantemente até meus olhos se acostumarem com a nova claridade. Quando conseguia ver perfeitamente olhei em direção à porta, havia um homem parado de braço cruzados, suas roupas eram engomadas demais e seus traços eram delicados e bonitos. Se ele tive asas diria que se tratava de um anjo, como os das pinturas de Rafael.

Deixei o homem de lado por alguns segundos e reparei no ambiente em minha volta. Estávamos presas em uma cela pequena e mofada dentro de uma sala vazia, a única saída era a porta por onde o homem havia entrado, era de ferro escuro. A sala era feita de blocos de cimentos grossos sem algum tipo de pintura, o chão era liso e preto e tinha uma lâmpada solitária no alto teto. Quando voltei minha atenção ao homem ele estava se aproximando da cela, ao chegar perto das grades ele se abaixou e nos observou como se fossemos suas presas.

Sua aproximação fez com que eu visse o quanto seu rosto era angelical; seus lábios eram finos e avermelhados, seus olhos traziam um azul quase verde, suas maçãs do rosto e queixo eram finas e proeminentes, seu nariz era reto e fino, seus cílios eram cumpridos e explanados e seus cabelos loiros batiam na altura dos ombros. Ele era absurdamente lindo, realmente parecia um anjo. Mas um anjo caído.

-Parabéns pelo recém casamento, sra. Cooper - disse ele revelando uma voz rouca e grave, quase melódica. Seus olhos estavam em Emilly, seus lábios tinham um pequeno sorriso enquanto uma de suas sombrancelhas estava levemente arqueada.

-O-obrigada... - balbuciou Emilly, ela tinha uma expressão estranha, como se tivesse visto um fantasma.

-E você... - os olhos deles se dirigiram para mim, senti até uma palpitação quando aqueles olhos azuis se chocaram com os meus. - Senhorita Cooper, ainda não é casada, não é mesmo? - ele abriu um sorriso de canto. - Mas eu sei que você tem uma relação com um policial. É algo sério?

Gêmeos em AçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora