Capítulo 94 - Tudo tem o seu fim

352 36 38
                                    

1 de julho

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

1 de julho. É verão na França. Os raios solares atravessam as janelas do trem e esquentam minha pele. Três horas de viagem de Paris até Aix-en-Provence. Seria meu segundo ano consecutivo no Festival Internacional de Arte Lírica, e apesar de estar orgulhosa do meu próprio feito, não estava ansiosa como no primeiro ano. Mas nos últimos anos têm sido assim, a euforia das primeiras vezes são passageiras. Ainda me lembro do meu primeiro ano em Paris, eu estava feliz e entusiasmada com tudo, os cursos e os lugares eram excitantes, mas depois tudo se tornou... normal. Mas não era isso o que eu queria quando tinha dezoito anos? Uma vida normal?A verdade era que, apesar dos anos passarem, a Lauren atraída pelo caos vivia timidamente dentro de mim.

Aix-en-Provence tinha se tornado uma das minhas cidades favoritas desde que a conheci no ano passado. Não só pelo festival, mas por toda beleza espalhada pela cidade. Aix é um encanto a céu aberto. Têm charmosas ruas estreitas e uma arquitetura no estilo barroca. O marrom e o bege são cores predominantes na fachada e causa a impressão de estarmos em um livro de romance de época. A cidade é repleta de esculturas, monumentos e há uma infinidade de fontes espalhadas por todo seu território. Mas a fonte mais famosa, e a que mais gosto, é a Fontaine de La Rotonde. A escultura que compõe a fonte está posicionada no topo e tem a simbologia de três musas. As três mulheres representam os pilares da cidade: justiça, arte e agricultura, além de estarem apontadas para as três principais avenidas de Aix-en-Provence.

Há também os bistrôs ao longo da avenida Cours Mirabeau que antigamente eram casas e agora deixam a sensação de estar em um livro de época ainda mais aguçada. Hôtel du Caumont é um dos pontos turísticos que mais gosto de visitar. Se trata de um antigo hotel reformado para fazer alusão a um antigo casarão do século XVIII. E o trabalho é perfeito! Se realmente fosse um hotel e não um museu, com certeza eu me hospedaria em um dos quartos.

Há tantas coisas para ver e fazer em Aix-en-Provence que eu poderia falar por horas. Mas eu também gostava da viagem de trem até a cidade. Um voo de Paris a Aix-en-Provence duraria um pouco mais de uma hora, mas acompanhar a paisagem mudar de uma cidade para outra, por milhares de quilômetros, era também uma das atrações da viagem.

Quando desembarquei do trem, Dinis estava me esperando na estação. Ele me cumprimentou beijando minha mão.

— Fez uma boa viagem? — Perguntou Dinis em seu francês perfeito.

— Sim. Só estou um pouco faminta — digo arrastando minha mala enquanto seguro o braço dele.

— Mas terá que ser uma comida leve por hora, à noite tem o jantar com os artistas do festival e vão servir frutos do mar — disse Dinis e fiz uma careta. Ele percebeu. — Sim, eu sei. Você não se dá bem com frutos do mar.

— Isso não é totalmente verdade — digo em minha defesa. — Eu adoro peixe! O problema são os outros frutos. Por que comer barata do mar?

Dinis riu alto.

Gêmeos em AçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora