Capítulo 40 - Em verdadeiro cacos

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Nunca me senti tão perdido em toda minha vida, tão incapacitado e vulnerável

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Nunca me senti tão perdido em toda minha vida, tão incapacitado e vulnerável. Minha existência não faz mais sentido, nada mais faz sentido. E segundo o calendário passaram apenas dois dias desde o sequestro, mas para mim estão sendo dois séculos disfarçados de dias. Nem mesmo tendo toda polícia de Nova York no caso, a investigação chega a algum lugar, não obtivemos nenhuma informação útil de onde Emilly e Lauren podem estar. Ninguém foi contatado, nenhum telefonema foi recebido, nada. Sinto que estamos andando em círculos e que nunca iremos sair dele.

Eu não tenho mais vida, tudo o que faço ou penso está ligado em como descobrir onde Emilly e Lauren estão, apenas me alimento e cuido da minha higiene para me manter vivo. O sono já não me pertence mais, faz quarenta e oito horas que não durmo, estou exausto, destruído, mas minha mente não me deixa descansar. Estou em verdadeiro cacos.

O plano de Tracey de verificar cada câmera de segurança dos estabelecimentos e ruas, desde o restaurante em que as garotas foram sequestradas até o lugar exato do cativeiro, ou o mais próximo possível, foi por água abaixo. O pai de Tracey fez um ótimo trabalho em tão pouco tempo, ele conseguiu descobrir a última parada que os sequestradores fizeram e há pouco mais de cinquenta metros dali o carro foi abandonado. O grande problema é que o veículo foi abandonado em uma estrada deserta, com apenas terra dos dois lados, e não havia nenhum sinal de um possível cativeiro, muito menos câmeras de segurança. O carro foi deixado praticamente no deserto.

As horas têm sido difíceis, já estou ficando paranóico, tanto que ontem à noite cheguei achar que Lauren estava em um restaurante da Time Square, mas apesar das muitas semelhanças, não era ela. E cheguei a essa conclusão não pelo fato da mulher ser loira, mas sim porque se fosse mesmo Lauren naquela avenida ontem, ela teria corrido e gritado escandalosamente, e não beijado um loiro Granfino.

Minha mãe está aqui em casa, ela não tem feito outra coisa se não chorado, mas eu a entendo perfeitamente e não a culpo. Ela acha que tudo o que está acontecendo é culpa dela, mas não é. Qual a culpa que a pessoa pode carregar quando sua mãe morre e você é deportada para outro país para viver com um tio criminoso? Onde há culpa em se apaixonar por um matador de aluguel e no final fazê-lo mudar e se tornar um homem bom? Qual a culpa dela de ter matado mafiosos para salvar sua própria vida e a de quem amava? Eu não consigo encontrar culpa em minha mãe quando ela foi a vítima dessa história toda.

Meu pai está em alguma delegacia de Nova York, ele está ajudando a polícia de perto, mas não é como se isso tivesse mudado alguma coisa. Ele tem nos passado todo o rumo da investigação, ou seja, nada. Tanto ele quanto eu estamos frustados, a sensação de invalidez tem atingido nós dois e ele não precisou me dizer isso, bastou algumas bufadas e socos na parede para saber exatamente como ele está se sentindo.

A única coisa que tem me deixado lúcido é crer que Emilly e Lauren estão vivas e que em algum momento elas estarão de volta com seus sorrisos e loucuras.

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