Capítulo 39 - Aquela noite / Parte II

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Love Story deu início a uma noite de notas e melodias

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Love Story deu início a uma noite de notas e melodias. Quando comecei a tocar Imagine, uma música de John Lennon, Louis se sentou ao meu lado, e para minha surpresa, o sétimo acontecimento daquela noite melódica aconteceu quando os lábios do mafioso revelaram uma voz magnífica. Meu estado de perplexidade foi tão alto que acabei errando uma nota, Louis soltou uma leve risada, seus olhos e boca sorriam para mim. Sua voz era suave apesar do tom naturalmente grave. Fiquei tão fascinada com a voz de Louis que pedi para ele me acompanhar em todas as músicas, só para poder escutá-lo.

Não sei quanto tempo ficamos ali, mas minhas mãos e dedos doíam quando toquei a última música. Virei-me para Louis e deixei escapar um sorriso, ainda estava muito surpresa com sua bela voz.

–Isso foi incrível! – digo ainda com um sorriso no rosto. Louis sorriu de lado.

–Não, você que é incrível – disse ele me fitando arduamente. Parei de prestar atenção em tudo ao nosso redor e perdi meus olhos na face dele, notei como suas maçãs do rosto eram salientes e o maxilar afinado, dando ao seu rosto elegância. Também havia notado como suas sombrancelhas eram retas, lhe dando uma expressão de indiferença ou seriedade. Seus lábios finos e avermelhados eram tão chamativos quanto seus olhos azuis ou até mesmo seus fios longos e louros. Louis era absurdamente belo... mas ele também era absurdamente perigoso, lembrou meu cérebro.

–Louis, você... – dizia eu, mas parei assim que vi suas sombrancelhas se erguerem e seus lábios entreabrir. – O que foi?

–Diz meu nome mais uma vez – pediu ele se aproximando mais de mim. Nossas pernas se tocavam agora.

Louis... – digo fazendo uma careta de incompreensão.

–Eu nunca achei meu nome tão bonito quanto agora – disse ele, seus olhos compenetrados em mim. Ele parecia tão fascinado que seus olhos se assemelhavam a de uma criança quando descobre que vai à Disney. – Você nunca havia pronunciado meu nome antes.

–Você nunca havia me falado seu nome – retruco docemente e ele ri.

–É, você tem razão, mas dúvido que você teria me chamado pelo nome se antes eu não te mostrasse meu lado bom – disse ele e aquilo soou um pouco estranho. Mordi o lábio para tentar não perguntar o que eu realmente queria perguntar, mas foi inevitável.

–Por que você é mal quando na verdade não é? – ao ouvir tal pergunta Louis franziu a testa levemente.

–É uma pergunta complicada – disse ele parecendo pensativo por alguns instantes, mas no final deu de ombros. – No fim, você se torna a referência que teve ao longo de sua vida.

–Eu não acho que sua mãe tenha sido uma péssima referência, mas mesmo que tenha sido... Você não gostaria de se tornar alguém melhor? Propagar o bem ao invés do ódio e da vingança? – digo o olhando com tristeza. – Louis, nós não escolhemos nossos pais, mas escolhemos nossas referências.

Louis me olhou atentamente, ele parecia travar uma batalha interna consigo mesmo. Eu nem consigo imaginar pelo o que ele já passou para ter se tornado esse anjo demoníaco.

–Vem, a chuva já passou, quero te levar em algum lugar – disse ele e me puxou consigo.

Atrás das grandes cortinas pretas que eu achava que eram janelas, na verdade era uma varanda. Louis me fez subir uma escada que dava acesso ao telhado da mansão. Quando me virei para a vista à frente quase perdi o ar. Era incrível, tudo ali era lindo e assustador. O céu já não tinha quase nuvens, a chuva havia ido em direção à cidade, a lua iluminava a montanha e a mata que a cercavam lá embaixo. Havia muitas árvores e elas terminavam no começo da montanha.

–Venha, sente-se aqui – chamou Louis e me virei para trás. Havia duas espreguiçadeiras no meio do telhado, fui até ele e me sentei ao seu lado direito.

Ficamos olhando para o céu, e mesmo com poucas estrelas e algumas nuvens ele estava lindo, a lua cheia dava um toque a mais naquele cenário.

–Esse é meu refúgio de todas as noites – disse Louis, sua voz era serena. – E qual é o seu? – notei, pelo canto dos olhos, que ele virou a cabeça em minha direção.

–Meu irmão... – digo e aquela saudade que havia sumido por algumas horas volta com a força de um balanço gigante.

–Acho que uma pessoa é mais ideal do que um lugar... Sabe, se você estiver longe ou mudar-se, o lugar fica e talvez você nunca mais volte a vê-lo, mas uma pessoa sempre estará ao seu lado, mesmo distante – disse Louis e foi minha vez de olhá-lo.

–Você nunca teve uma pessoa que te transmitisse paz e repouso? Um amigo ou até mesmo uma namorada? – perguntei descrente.

–As únicas pessoas que podiam ser meu refúgio morreram quando eu tinha três anos – disse Louis com o olhar vago no céu, senti meu coração se despedaçar em milhares e milhares de fragmentos. – Eu nunca havia me apaixonado por ninguém antes, e no ambiente em que vivo, ninguém é seu amigo de verdade.

–Então você não se abre com ninguém? Você não tem ninguém para contar suas aflições, medos e alegrias? Ninguém para dividir sua vida? Nunca? Ninguém? – perguntei com lágrimas nos olhos, era possível sentir toda a solidão e tristeza em sua voz, aquilo me fez ficar tão mal...

–Nunca. Ninguém – disse ele e moveu sua cabeça em minha direção. – Até agora...

E o oitavo acontecimento estranho daquela noite foi descobrir que Louis, o mafioso perigoso, sequestrador vingativo, anjo demoníaco, mas ainda sim, ser humano, nunca teve alguém para compartilhar seus momentos ou sentimentos. O nono acontecimento estranho daquela noite também aconteceu naquele instante, quando descobri que eu fui a primeira pessoa que Louis conversou sobre sua vida. Eu fui a primeira pessoa para quem ele se abriu.

O décimo acontecimento, e último, bom, aconteceu ali também, naquele telhado, debaixo daquele céu e naquela noite. Não me pergunte como aconteceu e o porquê, nem eu sei explicar, mas aconteceu. Quem imaginaria que aquilo pudesse acontecer, ainda mais com um mafioso? Mesmo namorando um cara incrível como Tracey, não pude controlar, não consegui evitar, os sentimentos que tomaram conta de mim foram mais fortes e apenas me entreguei, sem nem sequer contestar ou relutar.

E o décimo e último acontecimento estranho daquela noite inexplicável foi que, Lauren Almeida Cooper, norte americana, nascida em Miami, mimada pelo pai, contrariada pela mãe, protegida pelo irmão, futura pianista e atraída pelo caos... se apaixonou pelo mafioso.

___x___

Olá borboletas, como vocês estão? Espero que bem.
O que acharam do capítulo? Confesso que quase chorei ao escrever esse capítulo, imaginem passar por tudo o que o Louis passou? Mas ainda há muito a ser contado então aguentem porque os próximos capítulos não serão narrados pela Lauren.
Quero agradecer por todo carinho que vocês têm tido com a história e mil desculpas pelos atrasos, mas estou tão sem tempo e eu me odiaria escrever qualquer coisa para vocês, então prefiro atrasar um 'pouquinho' ao invés de fazer qualquer porcaria.
Até uma próxima ;3

Ps: comentem qual casal vocês preferem, Lauren e Tracey ou Lauren e Louis?

Gêmeos em AçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora