Foram horas no shopping para encontrar a roupa perfeita, Hanna queria se vestir de acordo para a batalha, vestida para matar. Eu queria usar alguma coisa que já tivesse em casa, meu closet estava abarrotado, mas ficar tanto tempo em um shopping e não levar nada era quase um crime.
— O que achou? — Hanna saiu do meu banheiro.
Dei uma olhada nela. Usava uma blusa preta de renda com pérolas, saia justa até a coxa do mesmo tom, meia calça escura e bota cano alto acima do joelho também preta. Seu cabelo estava todo cacheado e a maquiagem leve. Era incrível como se superava.
— Está magnífica, Hanna! Sério. Você é a melhor namorada que qualquer um poderia ter.
— Espero que minha sogra pense a mesma coisa. Obrigada, você também está linda.
Eu estava simples, então sabia que ela estava sendo apenas gentil. Uma calça jeans, blusa branca desfiada de mangas, e uma sapatilha preta. Nada demais. Era o dia de Hanna brilhar.
Minha mãe não pareceu concordar com minha lógica quando disparou os olhos de mim para Hanna.
— Você só vai acompanhá-la até a porta? — Sua pergunta tendia para uma afirmação.
— Não, mãe. Hanna quer que eu esteja presente.
— E você vai vestida assim à casa de Elizabeth?
Seu olhar deixava claro sua desaprovação, então ela preferiu não proferir palavras sobre isso.
— Você está linda, Hanna.
Senti a cutucada, mas ignorei.
— Obrigada.
Ela me deu mais uma olhada. Dei de ombros e segui para a porta, minha intenção era ficar invisível essa noite e minha mãe não me convenceria do contrário. Eu não estava tão mal assim, quer dizer, não eram trapos que eu estava vestindo.
— Ela ama implicar. Só estou a fim de ficar confortável essa noite.
— Não dê ouvidos, você fica linda de qualquer jeito.
Sorri para Hanna e tocamos a campainha. Lúcio, o mordomo, veio abrir. Sempre tive boa relação com ele, então o cumprimentei com um sorriso enorme. Adentrando a casa, nos deparamos com os Peters aos pés da escada, organizados com precisão. Wren estava no meio de seus pais, todos com sorrisos elegantes e montados, mas o filho parecia mais genuíno. Era como um quadro de uma família perfeita.
Assim que nos viram, a posição se desmanchou. Se Hanna era o motivo do brilho no olhar de Wren, eu era o de Elizabeth, e os dois vieram imediatamente em nossa direção. Nem mesmo minhas vestes simples conseguiram diminuir a adoração de Eliza por mim, então seria uma longa noite.
— ... E então ela entrou correndo e gritando que nunca mais queria ver a cara de Wren. Cinco minutos depois, os dois estavam de mãos dadas colhendo flores no jardim para um evento futuro que não quiseram me contar. Mas acho que já sabemos o que era — ela deu uma risadinha, nos olhando sugestivamente.
Forcei um sorriso e contive o suspiro, ser usada para deixar minha melhor amiga mal não era nada ético.
— Se eles são tão adoráveis agora posso imaginar como eram na infância — Han se pronunciou, aparentemente inabalável. Eu estava contente que ela tivesse entendido que eu não era uma zona de risco.
Elizabeth já estava perdendo a paciência, ela viria com força total. Pensei rápido antes que causasse um dano nuclear.
— Meu pai e eu estávamos conversando sobre como eles fazem um bom par e que foi muita gentileza de vocês acolherem minha melhor amiga em sua família. Estamos em dívida com os Peters.
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One Life
FanfictionAparentemente, não havia nada de extraordinário na história dos dois. Eram duas pessoas normais, favorecidas pelo capitalismo, e embora não parecesse, ambos tinham muito em comum. O fato de terem o que quisessem era um deles, mas também aquele senti...