Agora era claro como o desgraçado tivera acesso ao celular de Hanna para me mandar a mensagem. Ela era um mero fantoche para que me ferisse. E embora ele fosse um assassino treinado me perseguindo a raiva se sobressaiu ao medo.
— Faith — Hanna sussurrou, me repreendendo por ainda não ter apertado a mão do hipócrita que a estendia em minha direção.
Eu nem olhei pra ela.
— É um prazer Guilherme, infelizmente eu e Hanna já estamos de saída — falei entredentes, incapaz de esconder a animosidade.
Han forçou uma risada, visivelmente nervosa.
— Eu te disse que ela era muito engraçada — ela murmurou sem graça, disfarçadamente me dando um beliscão.
Guilherme não se deixou abater, insistindo naquele sorriso irritante e convencido. Eu arrancaria aquela expressão na marra. Estiquei o canto da boca com sarcasmo.
— O que aconteceu com seu rosto? Parece que foi atropelado por um caminhão — provoquei. De repente a surra de Justin permutara de cruel e desnecessária para bem merecida.
Ele deu uma risadinha, abaixando a mão finalmente para não pagar de idiota.
— Foi mais ou menos isso, mas não se preocupe a Lei de Newton nunca falha — suas sobrancelhas se arquearam sugestivamente.
Aquilo era uma ameaça ao Justin?
O fuzilei com os olhos, prestes a devolver o favor.
— Ok, vocês se conhecem? — Hanna perguntou confusa.
Guilherme deu de ombros com uma inocência fajuta.
— Não sei. Nos conhecemos? — ele me jogou a pergunta, envolvendo a mão na cintura de minha amiga.
Eu travei os dentes, contendo meu impulso de socá-lo a todo custo.
— Hanna, posso conversar com você em particular? — solicitei, mas sem desviar os olhos do idiota que parecia se divertir muito como se nossa conversa fosse uma das atrações do parque.
Ela deu um sorriso de desculpas a Guilherme e sussurrou um "já volto" antes de se afastar. Estávamos a uns dez passos dele quando segurou meu braço.
— O que aconteceu com a parte de que sua mãe te deu educação?! E me explica por que tenho a sensação de que já se conhecem? Quer dizer, essa implicância não pode surgir do nada — ela perguntou carrancuda.
Como explicar sem mencionar o fato de que seu novo paquera só estava com ela para me ferir?
— Eu não gosto dele e nós vamos embora agora — respondi mandona.
Ela levantou as mãos, exasperada.
— Você pode me dar justificativas lógicas para isso? O conhece ou não? — insistiu incrédula.
Desviei a cabeça com estresse, pensando em alguma coisa que me ajudasse com isso. Meus olhos foram atraídos por um movimento atrás de Hanna, Guilherme estava piscando para mim com pirraça. Eu definitivamente o odiava.
Hanna bufou com frustração, recuperando minha atenção. Ela segurou minha mão mascarando sua irritação com compaixão.
— Sei que ver alguém feliz com outra pessoa é difícil quando terminamos um relacionamento, mas peço sua compreensão. Não precisa descontar no Gui, ele é muito gentil, engraçado....
Eu tive que rir dessa, interrompendo sua frase no meio.
— Hanna, eu não estou com inveja do seu novo romance, esse Guilherme só não é a pessoa certa.
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One Life
FanfictionAparentemente, não havia nada de extraordinário na história dos dois. Eram duas pessoas normais, favorecidas pelo capitalismo, e embora não parecesse, ambos tinham muito em comum. O fato de terem o que quisessem era um deles, mas também aquele senti...