O grande homem colocou o menino despido dentro da água e suspirou cansadamente. Tinha que parabeniza Sora, ela lidava com situações assim todos os dias, o tempo todo, e continuava firme como a matriarca daquela família que ela sempre fora. Não era fácil cuidar de uma criança, ainda mais de uma criança nova em processo de adaptação e em transição. Thierry estava quieto, até de mais, pensou Dardeno. Ele chorava baixinho e tentava controlar seus próprios soluços como podia, mas ainda dava para ouvi-los.
O patriarca sabia que ele estava dolorido do castigo, mas também estava com seu orgulho ferido. Ele não esperava que Thierry fosse um menino difícil, e ele realmente não era, mas ele estava passando por um momento em que o controle e as decisões sobre si mesmo foram tirados dele a força. Dardeno estava disposto a provar que o jovem mosqueteiro acabaria por aceitar a nova família.
- Muito bem, já faz um tempo que não faço isso mas vamos nos ajudar... - comentou o grande homem ao esticar as mangas de sua roupa até seus cotovelos. Pegou um pouco de água com uma de suas grandes mãos e levou até a cabeça de Thierry, molhando seus cachos escuros e passando a mão no rosto do menino para limpar os vestígios de lágrimas. - E pra começar, vamos parando esse chorinho bobo não é mesmo? Já passou, pequeno.
Não adiantaria ser duro com Thierry naquele momento, o castigo ja tinha acabado e o que Dardeno queria mesmo era acalmar sua nova criança.
Ele levava várias vezes água sobre a cabeça do rapaz, até que pegou o sabão ao lado da banheira e ensaboou uma de suas grandes mãos, enquanto a outra segurava um dos braços de Thierry sem força.
- Certo, vamos começar agora pequeno homem, e eu apareciaria bastante se você fosse um menino bonzinho e não tentasse qualquer gracinha para escapar do banho. Se fizer isso, vai ganhar mais palmadas. - Dardeno não dava escolha, e não se importava com isso. Seus filhos iriam obededece-lo e Thierry não estava isento disso.
Começou, então, a passar o sabão primeiro na cabeça do rapaz, lavando seus cabelos. Dardeno não tinha muito jeito de lavar um filho, pois ele temia fazer algo errado com a criança por ser pequeno e ele tão grande e bruto. Seu toque era áspero, rígido, muito diferente do toque de Sora e Thierry percebeu isso. Lágrimas silenciosas escorriam pelo rosto do moreno que não tinha para onde correr, não tinha como se defender e não tinha como impedir que o homem grisalho lhe desse banho como se ele fosse um bebê.
Estava derrotado, sabia disso. Mas sabia que tinha trazido isso para si por ter sido impulsivo com suas palavras em relação a Sora. Se Marlon estivesse ali, diria que ele tinha sido um enorme idiota.
- Ai! - Thierry sentiu o sabão cair em seus olhos. - Ai meu olhos! Ai!!
- O que? - Dardeno franziu o cenho e olhou para o rosto do menino que estava tomado pelo sabão e ele se quer tinha percebido isso enquanto lhe lavava os cabelos. - Oh, céus!
- Tá ardendo!!
- Calma! Calma, eu vou limpar! - sim, ele era uma negação para dar banho em crianças.
Thierry fechava os olhos mas ainda ardiam pelo sabão está dentro deles e começou a esfrega-los com a mão rapidamente.
- Não esfrega! Deixa que eu limpo. - avisou Dardeno enchendo sua mão de água. - Tire a mão da frente, menino!
- Não! Tá ardendo muito! Ai! Ai!!
- Eu vou limpar, ja disse. Tire a mão da frente, você só está empurrando mais sabão pros seus olhos. - avisou o homem ao ver que o garoto havia lhe obedecido e levou sua mão cheia de água até o rosto de Thierry, quase o afogando. Mas o suficiente para lavar os olhos do menino com calma. - Calma... deixa que o papai limpa. Calminha. - dizia Dardeno ao usar os dedos para limpar os olhos do rapaz e finalmente o acalmando. - Pronto... passou, passou. Um pequeno probleminha que já foi resolvido.
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A Ilha Walgonrei
VampireUm mosqueteiro aventureiro ganha um mapa que o levaria a um tão almejado tesouro perdido. Mas em uma tempestade o seu barco acaba afundando, e ele se torna o único sobrevivente do naufrágio em uma grande ilha paradisíaca no meio do nada. A Ilha Walg...