Confiança no amor

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Zephora encarava seu genro duramente com os braços cruzados abaixo dos seios enquanto ele a olhava com as sobrancelhas juntas e a mão no rosto ainda sentindo a ardência do tapa que havia levado.

- Eu vim ver meus filhos, sogra. - afirmou o grande homem ao retirar a mão de seu rosto. - E ver minha esposa.

- Sora esta ocupada no momento, com Otto e Thierry. - avisou a mulher roxeada sem expressão.

- Aconteceu alguma coisa com os meninos? - Dardeno quis saber. Mesmo depois de tudo que havia acontecido, eles eram filhos dele também e ele se sentia no direito de saber tudo que acontecia com eles. Era seu direito de pai.

- Um pequeno infortúnio mas que já foi resolvido. - respondeu-lhe Zephora. - Eles vão dormir um pouco antes do almoço.

- Compreendo... - Dardeno falou cabisbaixo. Certamente a mãe da sua esposa ja sabia de tudo e por isso estava agindo de forma tão seca a ríspida com ele.

- Você não respondeu a minha pergunta, Dardeno. Por que veio até aqui? - indagou Zephora seriamente. - Sora veio pra cá com essas crianças em busca de paz e em busca de ajudar Otto, e também em busca de passar um tempo longe de você para por as ideias dela no lugar.

Zephora sabia que falando daquele jeito a consciência de Dardeno iria pesar ainda mais do que ja estava pesando. Ótimo, era isso mesmo que ela queria. Não é por que ele era um homem antigo que ele podia agir como um selvagem desprovido se sensibilidade. O que sua filha havia lhe relatado quando chegou foi que Dardeno não estava pensando, só estava agindo, e ve-lo na sua sala em sua Fortaleza atrás de Sora era a prova de que com a saída dela do Norte ele foi forçado a repensar nas suas ações.

- Eu precisava ve-los... - admitiu o grande homem. - Sogra, eu sei que o que fiz não foi a melhor coisa...

- O que você fez não foi nem de longe uma atitude de um pai justo e sensato. - Zephora acusou sem receios, vendo o homem desviar o olhar dela. - Você não tinha o direito de tirar aquelas crianças dos braços de Sora.

- Tudo bem, eu não lidei com tudo perfeitamente. - admitiu o grande homem um pouco rouco. - Mas é por isso que vim até aqui, eu preciso falar com Sora, eu preciso ver meus filhos.

- Seus filhos estão bem. - respondeu-lhe a mulher roxeada com um tom ríspido. - Eles estão no melhor lugar que poderiam esta nesse mundo, nos braços da mãe, que é onde eles encontram segurança, amor, carinho e compaixão.

O grande homem passou seus dedos através dos seus cabelos grisalhos, ele não iria discutir com a mãe de sua esposa. Ainda mais na frente de dois dos seus meninos. Ele tinha que ser sensato, as conversas que ele teve com Arcodante na fortaleza Newgate o fizeram refletir em tudo que havia acontecido e como ele tinha sido injusto com Otto. Sim, ele deveria ter ouvido seu filho primeiro antes de disciplina-lo, era como deveria ter sido, porém ele teve tanto medo de quase perder outro filho depois do que havia acontecido com Adonis que acabou ficando cego em sua irritação. Castigando o garoto machucado, o puxando bruscamente dos braços de Sora, batendo nele com a palmatória, Céus, ele tinha sido tão idiota!

- Por favor, sogra. - Dardeno pediu um pouco baixo para não soar implorativo na frente de Darlan e Romazi. - Eu preciso falar com minha esposa...

- Dardeno? - os céus eram maravilhosos ao atender os pedidos mentais do grande homem de barba e bigode Brancos quando ele ouviu a voz aveludada e suave de sua linda esposa.

Sora se aproximava com um vestido branco de mangas curtas que deixavam seus ombros bem amostra enquanro seus cabelos loiros rosados caíam como cascatas pelos seus ombros. O olhar de Sora era um olhar cansado, percebeu Dardeno, era como se sua doce esposa não tivesse dormido nas últimas horas. Ele se preocupou, mas manteve sua pose quando a viu parar ao lado da mãe.

A Ilha WalgonreiOnde histórias criam vida. Descubra agora