As consequências para Belle

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Zephora preparava seus objetivos com calma, ela tinha uma menina jovem sobre a mesa da sua sala, sentada com expressão de medo enquanto segurava a mão da mãe como se fosse algo para se defender. A menina era loirinha, com um tom mais escuro de loiro, branquinha com as bochechas rosadas e o coração pulsante. Ela ainda era humana, percebeu Zephora, uma humaninha que havia sido trazida até ela e pelas caras que Dalira e Forgus faziam, o assunto não poderia ser muito bom.

- Muito bem... - suspirou Zephora se virando para a família de três que haviam vindo ao seu encontro. - O que os trouxeram aqui? Alguma coisa grave?

- Isso vai depender do seu diagnóstico, minha tia. - respondeu Forgus com sua voz grossa e seria, e pelo canto de olho Zephora pode ver a menina se encolher sobre a mesa mostrando que ela certamente havia feito alguma besteira.

- Certo, me digam o que houve. - pediu a mulher roxeada com calma.

- Essa mocinha aqui era virgem quando chegou na Ilha, eu mesma me certifiquei disso. Porém, ela foi deflorada. - respondeu-lhe Dalira com um tom de voz severo, ao olhar para a menina cada vez mais encolhida na mesa.

- Ela foi estuprada? - Zephora se assustou, não haviam casos de estupros conhecidos naquela Ilha e se algo desse tipo tivesse acontecido com aquela menina ela teria que entrar em contato com o ministro de Walgonrei.

- Não. - afirmou o pai da criança ao cruzar os braços. - Felizmente não. O que aconteceu foi que um rapazinho irresponsável e atrevido se deitou com a minha filha, eles são crianças e sabiam das nossas regras e mesmo assim o fizeram.

- Dois irresponsáveis! - disse Dalira entre dentes.

- Bem, se vocês já sabem que ela foi deflorada então para que a trouxeram aqui? - Zephora quis saber com curiosidade. - A mãe já deve ter afastado as pernas dela e visto que o himen se foi.

- Sim, minha esposa viu e eu vi também. - Forgus relatou despreocupadamente enquanto Belle ficava cada vez mais vermelha. De fato, para provar a Forgus que nao era uma mentira, Dalira a expôs para o grande homem como se ela fosse um bebê pequeno, ela abriu as pernas da menina mostrando ao grande homem que a filha dele não era mais virgem. - O problema é que essa menina está vomitando tudo que come a alguns dias, ela tem enjoos, dores de cabeça, cólicas fortes. - ele falou um pouco com chateação em seu tom de voz. - Suspeitamos de que ela esteja grávida.

Zephora fez uma careta ou ouvir as suspeitas do casal. Uma filha grávida antes do casamento seria um verdadeiro escândalo na Ilha, as pessoas falavam, ela sabia, e uma menina de barriga grande sem marido seria um dos assunto mais comentados daquela comunidade.

- Isso não me parece bom... - comentou Zephora ao olhar para a jovem moça que respirava rapidamente e tremia como quem estivesse com medo. - Mas não vamos nos precipitar, ela pode esta grávida mas também pode não está. - comentou a grande mulher ao ir até a grande bacia que água que ela havia enchido e lavou sua mãos com precisão. - Tirem a roupinha dela pra mim, por favor.

- Mamãe, não! - a menina implorou ao ver a mãe lhe desabotoando o vestido sem qualquer aviso. Belle tentou impedir de ser despida na frente daquela mulher estranha.

- Calada. Não quero ouvir uma palavra sua. - rebateu Zephora sem paciência alguma vendo os olhos de Belle se encherem de lágrimas, a loirinha não gostava de ver sua mãe tão magoada com ela e se sentia vulnerável quando Dalira sentia raiva.

A grande mulher morena desabotou toda a parte de trás do vestido da sua filha e o puxou para cima segurando o forro e a calda do mesmo. Belle estava com uma roupa branca por baixo do vestido, similar a um macacão e era a roupa debaixo daquela época. Dalira abriu o espartilho da menina enquanto as lágrimas corriam do rosto angelical dela e lhe ajudou a tirar os braços das mangas, puxando o "macacão" branco de uma só vez pelas pernas da moça. Mais uma vez, Belle se sentia desolada e exposta, desprovida de privacidade e qualquer carinho vindo dos seus pais. O que ela tinha feito foi por amor, sim, mas ela se arrependia amargamente por ter cometido tão ato impulsivo. Ela estava encrencada, Thierry estaria encrencado e ambos não poderiam fazer nada para impedir, nem mesmo fugir pois, para onde eles iriam? Como eles sairiam da Ilha? Se continuassem na Ilha alguma hora eles seriam encontrados.

A Ilha WalgonreiOnde histórias criam vida. Descubra agora