A mulher loira rosada andava de um lado para o outro com os nervos a flor da pele. Ela estava com os olhos cheios de lágrimas, seu corpo estava tremendo como jamais havia tremido, até mesmo estava sentindo a sua respiração começar a ficar ofegante.
- Céus! Céus! Céus! - ela dizia com a voz trêmula ao passar as mãos pelos seus cabelos.
- Calma, Sora! Calma! Assim você vai ter um ataque de nervos, minha filha! - disse Zephora impaciente pela situação mas também começando a se sentir nervosa pelo estado em que sua filha estava.
Já estava no fim da tarde daquele dia, o sol estava se pondo e isso aumentava ainda mais a angústia de Sora. Seus filhos, dois de seus meninos, estavam sumidos. Eles sumiram sem ninguém os ver. O desespero de Sora foi maior ao notar o grande portão da fortaleza Silvers aberto sem nenhum tipo de vigilância. Otto e Thierry haviam saído, sem permissão dela e sem se quer avisar para onde iriam. Sora estava a ponto de surtar, assim como suas irmãs.
- É minha culpa! Eu deveria esta vigiando eles melhor enquanto Dara preparava o almoço! - Lira chorou em arrependimento e medo. - Se algo acontecer com eles... eu... eu jamais irei me perdoar!
Lira amava os sobrinhos mais do que qualquer coisa, ela não era casada e logo não tinha filhos. Receber a visita deles ou visita-los era sempre a melhor parte de um dia. Eles se entendiam muito bem, ela não gostava de ter que obedecer a tantas regras e por muitas vezes algum sobrinho ou sobrinha lhe confidenciava suas frustrações em relação ao tratamento infantil que eles recebiam. Disso Lira conhecia muito bem. Mesmo com tantos anos, sua mãe ainda a banhava quando queria e ainda a debruçava sobre o colo para lhe dar palmadas no bumbum.
- Lira, acalme-se. Você está deixando a Sora ainda mais nervosa! Ninguém aqui é culpado, os únicos culpados são os dois foragidos! - repsondeu Dara afagando os braços de sua irmã mais nova enquanto via a menina em prantos, assim como sua outra irmã.
- Dara tem razão, Sora! Minha filha, você precisa se acalmar! - Zephora respondeu ao segurar as mãos da sua filha, vendo os lábios rosados da mesma começarem a tremer. - Oh, não, filha, não. Não chora, tenha calma! Eles vão aparecer, você vai ver. Eles ainda vão voltar com as caras mais despreocupadas do mundo.
- Mãe, lá fora é perigoso! A colina é perigosa! E se eles se depararem com um urso? Um urso talvez até maior que eles?! Eles são pequenos, mamãe! São crianças! - Sora respondeu alto e nervosa, mal conseguindo controlar os movimentos de suas mãos e seus nervos a traindo. - Eu vou atrás deles! Eu vou e vou agora!
Sora ameaçou andar até o portão da fortaleza quando foi impedida por sua mãe, que a puxou pelo braço e a obrigou a se sentar em um dos bancos que haviam do lado de fora. Estava começando a ficar frio, a noite na colina era bastante fria e os dois meninos estavam lá fora totalmente desprotegidos!
- Para com isso! Se acalma! - Zephora ordenou, e viu pela primeira vez o brilho desafiante do olhar de Sora. Como um animal disposto a tudo para proteger suas crias. - Você nesse estado se quer vai conseguir ver algo no escuro! Pensa direito, Sora! Seus filhos, antes de tudo, são homens e eu tenho certeza que eles vão saber o que fazer, vão procurar um abrigo ou qualquer coisa!
- Eles podem esta em perigo, mamãe! Esta escurecendo, a senhora acha mesmo que eu vou ficar aqui parada sabendo que dois dos meus meninos estão lá fora correndo riscos?! - Sora se levantou bruscamente do banco e fitou a mãe, mesmo com os olhos marejados e o com o pouco controle que ela ainda tinha. Ela apontou para o portão. - Otto e Thierry estão lá fora... e nem mesmo a senhora vai poder me impedir de ir atrás deles!
A mão de Zephora chegou a coçar para dar uma tapa caprichada na bunda da filha pelo atrevimento dela. Porém, a senhora relevou a situação. Seus netos estavam sumidos e Sora tinha o direito de ficar nervosa diante aquela situação. A loira rosada sempre foi muito devotada aos filhos, isso era um fato incontestável, e logo o filho que está passando por problemas e o caçula tiveram a "brilhante" ideia de saírem da fortaleza.
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A Ilha Walgonrei
VampireUm mosqueteiro aventureiro ganha um mapa que o levaria a um tão almejado tesouro perdido. Mas em uma tempestade o seu barco acaba afundando, e ele se torna o único sobrevivente do naufrágio em uma grande ilha paradisíaca no meio do nada. A Ilha Walg...