A fugitiva

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Thierry saiu em passos rápidos e irritados da fortaleza, os portões estavam abertos curiosamente e ele não perdeu oportunidade de sair por eles para tentar aliviar a sua irritação. Aquela mulher estava tratando sua mãe como se ela fosse uma criança e Thierry tinha odiado ver o domínio que Zephora exercia sobre Sora. A loira rosada tinha tantos problemas para se preocupar, e no final tinha ainda que suportar sua mãe com uma utopia de que Sora precisava dela. Não precisava! Sora podia lidar com tudo e ele preferia assim. Demorou um pouco para que ele e a esposa de Dardeno se entendessem e criassem um laço, e era por causa desse laço que ele não suportava a ideia de sua mãe sendo subjugada.

Ao por os pés para fora da fortaleza, Thierry ouviu alguém se aproximando dele rapidamente.

- Thierry! Espera! - pela voz, que ele já reconhecia, se tratava de Otto. O jovem mosqueteiro virou-se para fitar o irmão e o viu se aproximando cada vez mais.

- Otto? - indagou o rapaz moreno.

- Esta pensando em fugir? - perguntou o mais velho com um tom de brincadeira, o humor dele estava bem melhor naquele dia e isso tinha alegrado o mais novo.

- Não, nada disso. Fugir não. Mas quero sair, quero dar um tempo de tudo isso. - confessou Thierry.

- Você pediu permissão para a mamãe? - Otto arqueou uma de suas sobrancelhas.

- Talvez a mamãe não esteja no melhor momento para decidir algo. - o jovem argumentou ao por seu chapéu sobre a cabeça. - Não pretendo ir muito longe, só quero fazer um reconhecimento.

- Você costumava a fazer isso em Paris? Sair para conhecer os lugares das Missões? - Otto indagou parando ao lado do seu irmão caçula que franziu os lábios para dentro.

- Sim, eu gostava de explorar. Sou um aventureiro, na verdade. - sorriu sem humor. - Gosto do desconhecido, embora gostar disso tenha me trazido pra cá.

- E isso foi algo ruim?

- Sinceramente? Nos primeiros dias, foi péssimo. Odiei tudo. - Thierry confessou ao cruzar os braços e fitar seu irmão calmamente. - Mas agora, eu vejo que... não é tão ruim assim.

- Tudo é questão de adaptação. Você ainda está se adaptando, mas está fazendo um grande progresso. Só em aceitar a Sora como sua mãe ja faz muita coisa ser fácil para você. - Otto afirmou ao sair dos limites da fortaleza Silvers.

- Você vai sair? - perguntou Thierry curioso porém com um tom preocupado.

- Bom, se você vai sair, eu também quero ir. - Otto afirmou baixinho continuando a andar.

- Mas... e os seus machucados?

- Já estão quase todos cicatrizados. O sangue da mãe ajudou bastante. - respondeu-lhe o mais velho. Thierry se esquecia do fator de cura rápida do sangue deles, mas já que Otto queria lhe fazer companhia, então ele não se opôs.

O mais novo acompanhou o mais velho em uma caminhada por uma trilha que passava por dentro de uma floresta. Uma trilha pequena e estreita. Havia som de pássaros, o vento estava bastante forte aquela manhã.

- Só uma pergunta, corre risco de ter Reiters por aqui? - perguntou Thierry um pouco receoso ao se lembrar da primeira vez que decidiu sair com um irmão e acabaram quase mortos por uma cobra enorme e extremamente venenosa.

Otto sorriu de canto de boca ao negar com a cabeça.

- Reiters não vivem nas colinas. - respondeu o rapaz de olhos azuis. - Mas há outros animais que é melhor mantermos distância, como os ursos.

- Ursos normais ou ursos gigantes? - indagou Thierry.

- Bem, depende do que você considera ser gigante. - Otto respondeu. - Tudo que é da Ilha, é grande. Como as pessoas e os animais... Eu levei um tempo para me acostumar com tudo isso mas eu não imagino a minha mãe ou o meu pai de outro tamanho a não ser do tamanho que eles são.

A Ilha WalgonreiOnde histórias criam vida. Descubra agora