Thierry abriu os olhos sentindo-se em uma superfície macia e com cheiro familiar, ele não estava em sua cama, e muito menos no seu quarto. Sentir a mão delicada e macia de sua mãe lhe acariciando os cachos escuros e alisando seu rosto no frio da manhã o fez perceber que havia dormido no quarto dos seus pais.... de novo. Estava se tornando corriqueiro dormir entre seus pais, não que Thierry quisesse todas as vezes, mas simplesmente ele acabava adormecendo enquanto conversava com Sora ou enquanto ouvia as histórias aventureiras de vida de Dardeno, e ele tinha aprendido a gostar muito disso.
No início, ele se sentia constrangido, afinal e contas ele era um homem de vinte e quatro anos dormindo entre seus pais como um garotinho com medo do escuro. Mas como seus pais sempre diziam, não havia motivos para se envergonhar, ele era filho deles, o filho caçula por sinal e tinha os privilégios de desfrutar desses mimos com mais frequência do que seus irmãos mas velhos. E depois, ele adorava o conforto que o quarto dos seus pais lhe proporcionava.
- Bom dia, meu bebê. - Sora sorriu gentilmente ao abaixar seu rosto e pressionar um beijo na testa de seu filho ainda sonolento. - Hora de acordar... a primavera ja chegou. Sente só os cheirinho das flores entrando pela janela.
Thierry ainda estava sonolento, afinal de contas ele havia ficado quase a noite inteira ouvindo as histórias de Dardeno e só foi dormir pois Sora havia reclamado de que ele perderia a hora de acordar e ficaria mais cansado durante o dia. Era impressionante como a mãe dele tinha razão.
- Ainda está cedo, mãe... - respondeu o jovem mosqueteiro com um bocejo e logo cobrindo seu rosto com uma parte de sua manta.
- Eu sabia que você iria dar trabalho para acordar, essas histórias que seu pai lhe conta todas as noite precisam terminar mais cedo. Terei que falar sobre isso com Dardeno, você está perdendo seu horário de sono. - resmungou Sora ao tentar retirar a manta do rosto do menino mas ele segurava a mesma com força, se recusando a acordar. - Vamos, meu amor. Você precisa tomar banho para se arrumar.
- Me arrumar? - Thierry indagou, dando-se por vencido ao soltar sua manta e fitar sua mãe com calma. - Mas me arrumar pra que?
- Para o casamento de Adonis, se esqueceu que é hoje? - Sora sorriu com a expressão de confusão do olhar de Thierry. - Seu irmão vai casar... E você também é um dos anfitriões da festa, precisa esta muito bem apresentável. - a grande loira rosada levou suas mãos até o tronco de Thierry e o segurou embaixo dos braços, o trazendo para seu colo e enchendo-o de beijos no rosto e nos ombros. - Acorda coisinha linda da mamãe!
- Mãe! - Thierry tentava afastar os beijos de Sora, corando ao ouvi-la falar com ele com uma voz fininha como se ele fosse uma criança. - Mãe, eu não sou um bebê! Para!
- Deixa de manha, é meu bebê sim. - Sora sorriu divertidamente ao ver que Thierry ja estava mais desperto e o colocou no chão diante de si. - Vamos, temos muito o que fazer hoje mas antes você precisa de um banho e depois irá tomar seu desjejum.
- Mamãe, o que acha de me deixar tomar banho sozinho hoje? - Thierry sorriu meio sem humor, apenas rezando para sua mãe aceitar sua proposta. Ele nem se lembrava de quando tinha tomado banho sozinho e com certeza foi antes de subir naquele barco para ir atrás do tesouro de Dardeno, que agora era seu pai. - A senhora deve esta muito atarefada...
Sora arqueou uma das sobrancelhas ao cruzar os braços e sorrir de canto de boca, fitando seu filho mais novo com calma.
- Filho, ainda não é o momento... Eu sei que você melhorou um pouco no banho...
- Eu não faço mais escândalo! Nem quando a senhora me dá banho sozinho, ou quando insiste em me banhar com alguém. Eu estou me comportando, mamãe. - Thierry cruzou os braços defendendo o seu ponto de vista e avistou sua mãe assentir com a cabeça.
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A Ilha Walgonrei
VampireUm mosqueteiro aventureiro ganha um mapa que o levaria a um tão almejado tesouro perdido. Mas em uma tempestade o seu barco acaba afundando, e ele se torna o único sobrevivente do naufrágio em uma grande ilha paradisíaca no meio do nada. A Ilha Walg...