De mãe para mãe

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Sora abriu seus olhos azuis cristalinos com um pouco de dificuldade. A noite ontem não foi muito fácil visto que ela teve que dormir com quatro garotos ao seu lado e durante a noite, Otto acordou aos prantos por causa de um pesadelo. Os gritos de Otto despertaram os outros, e foi outro trabalho para faze-los dormir outra vez. Otto teve que ir para o seio para poder de acalmar e assim dormir, Darlan quis dormir nas pernas da mãe, Romazi deitou sua cabeça em um dos braços de Sora e Thierry se encolheu perto da barriga da mãe ainda sonolento.

Eles demoraram a dormir, mas não tanto quanto Sora demorou. Enfim, quando o sono deles parecia mais profundo, Sora pode dormir. Agora ela acordava e usava sua mão para tocar ao seu lado, mas não sentia nada. Ela rapidamente se sentou na cama e olhou para os lados, não havia sinal de suas crianças. Ela não devia sentir tanta preocupação, afinal de contas ela estava na casa de sua mãe com suas irmãs.

A loira rosada se levantou rapidamente e saiu de seu quarto em passos rápidos até o local onde eles provavelmente estariam, na sala de refeições tomando o desjejum da manhã. O dia não estava tão quente, mas estava iluminado. Sora adentrou a sala e não avistou ninguém, mas haviam pratos, copos e talheres sobre a mesa, sinal de que eles haviam passado por lá. Um vento forte lhe tocou os cabelos ondulados pela janela que ela havia passado e aproveitou para dar uma olhada fora.

Avistou então seus meninos e suas irmãs se divertindo em uma espécie de treinamento, Thierry estava desafiando Otto em uma luta com espadas de madeira, enquanto Romazi e Darlan faziam o mesmo ao lado. Dara e Lira estavam com eles. Sora suspirou aliviada, pelo menos seus meninos estavam começando a se entreter.

- Eu acordei um pouco mais cedo hoje para fazer aquelas espadas de madeira... - a voz de Zephora ressoou atrás de Sora, e a mulher de cabelos rodeados parou ao lado da filha também observando os netos do lado de fora da fortaleza. - Imaginei que Dardeno poderia não gostar se eu entregasse espadas de verdade para esses meninos.

- Não, ele não gostaria... Nem eu. - afirmou Sora suavemente. - Eles são crianças ainda, não estão prontos para receberem uma espada de verdade.

- Thierry tem muito jeito com espadas, mesmo sendo de madeira.

- Ele era um soldado na França... um... m-mosqueteiro, acho que é assim que se chama. - a loira rosada sorriu. - Ele é um bom menino, mamãe. Ainda está se adaptando, tem certas dificuldades, mas ele vai conseguir superar isso.

- Ele já foi pro seu peito? - indagou Zephora com curiosidade.

- Não e acredito que ele não vá querer. Nem todos os meus filhos quiseram o seio, não os julgo por isso. - Sora afirmou ao trazer uma mecha de seu cabelo para a frente do seu corpo. - Darlan e Romazi também não quiseram, mas eles sabem que o Otto precisa as vezes e também não julgam o irmão por isso. Thierry ainda é um pouco...pequeno adulto, eu vejo o quanto ele ainda estranha muita coisa.

- Ele é uma criança, mais cedo ou mais tarde ele sentirá algum tipo de medo e de receio e o único lugar que fará ele se acalmar será no peito. Assim como foi com Otto. - comentou Zephora ao se virar para sua filha e a ficar com calma.

- Talvez...

- Sora... - Zephora chamou por sua filha, que não tirava os olhos da janela. Até que a loira rosada virou seu rosto lentamente para sua mãe, a olhando nos olhos. - Você não está bem filha... eu sei que não está.

- Eu estou, mãezinha. - a moça sorriu docemente ao ver a mãe cruzar os braços e entortar a boca. - Eu só precisava de um tempo para o Otto, ele precisava disso, aqui era o melhor lugar para ele. Mesmo com tantas crianças, nenhuma delas chegou a fazer o que ele fez, e antes dele houve um problema com Thierry e com Adonis. Adonis esta muito melhor mas mesmo assim ele não pensou no que fazia e levou Thierry com ele, eu tive que lidar com ele enquanto Dardeno lidou com Thierry. Do quarto de Adonis eu pode ouvir o choro e os gritos de Thierry e eu não podia fazer nada pois antes daquilo ele tinha sido muito malcriado e Dardeno estava com a razão em puni-lo naquele momento. Mas depois veio o banho e as coisas só pioraram e...

A Ilha WalgonreiOnde histórias criam vida. Descubra agora