Thierry despertou rapidamente, ele estava coberto pela sua manta, que agora era realmente dele, e percebeu que ainda estava nu da cintura para baixo. Ele olhou ao redor do quarto, mas não viu nenhum sinal da sua mãe e quando olhou para seu lado esquerdo, Otto ainda dormia com as mãos embaixo de seu rosto e com respiração ritmada. O mais velho tinha os olhos inchados por causa do choro de antes e Thierry tinha certeza que o seus estariam da mesma forma.
Ele queria ter dormido mais, mas um desconforto do seu maxilar até o pescoço o fez acordar. Era como se fosse uma dor de dente, isso ele conhecia, mas o pior era que estavam deixando uma boa parte do seu rosto dolorido. Talvez ele tivesse dormido de mal jeito, ou choro frenético dele tivesse causado isso. Mesmo assim, o jovem mosqueteiro não se importou, ele se sentou com dificuldade na cama macia da sua mãe, sentindo ainda a dor das palmadas e começou a caçar com seus olhos onde sua mãe havia deixado suas calças.
Thierry não iria sair pela fortaleza pelado. Ele tinha pudor ainda. Mas não conseguiu encontrar onde Sora tivesse deixado suas calças e soltou um suspiro emburrado. Foi quando ele viu a porta do quarto sendo aberta e se encolheu debaixo da manta achando que era outra pessoa, mas se sentiu aliviado por ver que era só sua mãe. A loira rosada se surpreendeu ao ver o rapaz sentado-se novamente na cama e ofereceu um sorriso meigo.
- Oh, meu bebê ja acordou? - ela perguntou com sua voz um pouco mais fina, mas cheia de carinho quando ela caminhou e se sentou na beirada da cama olhando para Thierry.
Era tão estranho ser chamado daquele jeito por alguém, mas Thierry não tinha coragem de pedir para Sora não o fazer. Se ela o chamava assim, então era o modo mais carinhoso que ela poderia chama-lo, pensou o homem. Mas mesmo assim, não deixava de ser um pouco constrangedor ter vinte e quatro anos e ser chamado de bebê e ser tratado como uma criança, embora essa última condição estivesse menos vergonhosa ultimamente.
- Você está bem? - Sora perguntou ao levar sua mão até os cabelos de Thierry e os afagar com carinho.
- Estou... - o pequeno homem sorriu sem mostrar os dentes, mas logo gemeu ao se mover um pouco bruscamente. - Desculpe... ainda dói...
- Oh, meu pequeno. Não precisa pedir desculpas por esta sentindo o bumbum doer ainda, mas acredite que vai passar logo. - a grande mulher loira rosada abaixou seu rosto e depositou um beijo na testa de seu filho caçula. - A mamãe veio buscar vocês dois para tomar banho e depois para almoçar.
- Eu não estou com fome, mãe. - disse o rapaz ao coçar os olhos um pouco.
- Não pode ficar sem comer, meu amor. - respondeu-lhe Sora gentilmente. - Tem que comer nem que seja um pouco, você está em transição e não pode ficar fraquinho. A vovó está fazendo um almoço delicioso para nós.
O jovem mosqueteiro se deu por vencido em relação ao almoço quando viu sua mãe deitar um pouco seu corpo na cama e puxando sua mão sobre as costas de Otto, acariciando suas costas e seus cabelos.
- Acorde, meu benzinho. - chamou a loira rosada com doçura. - Hora de comer... vem, abra os olhinhos, filho... - Otto foi despertando os poucos, espreguiçando um pouco seu corpo e abrindo seus olhos azuis fundos, fitando calmamente a sua mãe. - Oi, meu amor... dormiu bem?
Otto se apoiou em seus braços e procurou se sentar na cama, mas assim que ele se sentou, soltou um gemido alto. Ele olhou meio envergonhado ao se lembrar que Thierry também estava ali, o rapaz corou no mesmo instante.
- Tudo bem, vamos tirar essas camisas para tomar um banho bem friozinho... - ela disse ao tocar a camisa de seu mais velho e o ajudou a tira-la, colocando-a de lado na cama. - Aliviar a dor nesses bumbumzinhos...
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Ilha Walgonrei
VampireUm mosqueteiro aventureiro ganha um mapa que o levaria a um tão almejado tesouro perdido. Mas em uma tempestade o seu barco acaba afundando, e ele se torna o único sobrevivente do naufrágio em uma grande ilha paradisíaca no meio do nada. A Ilha Walg...