O convite

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Haviam se passado meses, vários meses até que a neve começou a abaixar e a parar de cair. O frio não estava tão gélido como antes e os dias estavam ficando mais iluminados. Dalira abriu seus olhos dourados e avistou orvalho caindo pelas árvores de sua fortaleza, ela sentiu o vento forte batendo contra as paredes de sua casa enquanto se levantava para ficar sentada em sua cama, seus olhos foram até seu marido, que dormia espaçoso na cama e Belle, sua filhinha caçula, que estava encolhidinha no meio da cama por causa do frio da manhã. A grande mulher morena sorriu ao se abaixar um pouco para beijar os cabelos dourados escuros da filha e levou dois dedos de sua mão para beija-los e leva-los até os lábios de seu marido dorminhoco.

A mulher levantou-se, com seu vestido transparente cor de bronze e seguiu para fora de seu quarto, ela não tinha vergonha da sua nudez, nem de seus filhos conseguirem ve-la através daqueles tecidos finos, o dia tinha que começar e ela precisava ajudar as criadas a preparar o desjejum de suas crianças.

Forgus abriu os olhos sentindo uma movimentação em sua cama, virando seu rosto e vendo a pequena moça tentando sair da cama grande sem fazer muito barulho para não acordar seu pai. O homem de pele oliva sorriu divertidamente ao ver a menina com medo de cair da cama ao tentar uma descida.

- Filha, se queria descer da cama, me chamasse para te ajudar. - disse Forgus em um tom de repreensão suave ao se sentar e puxar a menina pra cima novamente para cima e a pôs em seu colo, vendo-a corar. - Dormiu bem?

- Sim, senhor. - ela respondeu rapidamente, quase que no automático e Forgus torceu a boca. - Eu... eu gostaria de ir para a casa de banho, papai. - a menina pediu meio envergonhada e Forgus arqueou uma de suas sobrancelhas. - Lavar o rosto...

- Vem, vamos aproveitar esse tempo que a sua mãe deve ter ido fazer seu desjejum e vamos te por na banheira. - avisou o grande homem ao se levantar da sua cama com a pequena filha em seus braços, recebendo um olhar incrédulo da mesma.

- Não! Papai... espera! A mamãe pode me dar banho, ela pode!

- Sua mãe não está aqui agora e eu sou seu pai, é meu dever não deixar sua mãe se sobrecarregar e cuidar de vocês. - respondeu-lhe Forgus vendo a menina ficar mais vermelha ainda. - Não vai ser nada de mais, minha princesinha.

- Você é homem! - Belle protestou ao tentar se afastar dos braços do pai, mas sem obter muito sucesso em sua tentativa.

- E qual é o problema? Sua mãe é mulher e vê seus irmãos nus o tempo todo.

- Por favor... - pediu a menina já com um tom de voz choroso. Deus, ela estava modificada de vergonha. - Chame a minha mãe... por favor, por favor!

- Não. E não adianta chorar. - respondeu Forgus seriamente chegando na casa de banho que havia em seu quarto, vendo que Dalira havia preparado a água para antes deles acordarem.

Belle se sentiu mal pelo tom de voz que seu pai usou com ela e logo as lágrimas silenciosas e magoadas começaram a escorrer pelo seu rosto. Forgus não se importava muito com lágrimas de crianças, ele sabia que era o modo delas colocarem suas frustações para fora e ele respeitava isso. Belle estava com medo de que ele lhe desse um banho, afinal de contas, ele nunca tinha dado banho nela antes. Era normal o medo, era normal a vergonha e o pudor, mas ela teria que se acostumar com isso, pois de agora em diante isso seria comum entre eles.

Forgus tocou a água da grande banheira e viu que ela não estava tão fria, estava na temperatura ideal para um banho matinal. Ele puxou uma das cadeiras que existia na sua casa de banho e pôs Belle sentada sobre suas pernas, abraçando o próprio corpo aos solucinhos.

- Filha, que bobagem.... - o homem suspirou irritado com o comportamento envergonhado da menina. - Para com isso, eu sou seu pai, não vou lhe machucar.

A Ilha WalgonreiOnde histórias criam vida. Descubra agora