Obediência

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Thierry fechou os olhos e soltou um suspiro, ele sabia que teria que encarar as consequências do que fez, mas já havia sido muito duro ouvir Otto apanhando e o mais velho ainda estava fungando deitado na cama da mãe. Sora não era grossa, nem ríspida e muito menos dura, ela estava sendo firme. Também pudera, depois do que eles fizeram não poderiam simplesmente esperar ficar de castigo sem sair da fortaleza ou ficarem duas horas encarando a parede.

O rapaz sabia disso quando decidiu ajudar Belle e ignorar os avisos de Otto. Só não sabia como reagir a tudo aquilo, ele ja tinha apanhando de Sora uma vez, mas ele não considerava aquilo uma surra, foram apenas algumas palmadas e sobre as calças. O que doeu foi o susto e a vergonha, não o castigo.

Thierry se aproximou em passos lentos até sua mãe e ela o segurou por debaixo dos braços e o levantou, sentando-o em seu colo e o fitando com calma. Ele não olhava para os olhos da sua mãe, se sentia envergonhado por ter feito ela passar por tanto medo e preocupação, por tê-la tirado o sono e ainda por cima, por não poder falar para ela o que aconteceu entre ele e Belle. Não que Thierry não confiasse em Sora, ela era sua mãe agora e o mínimo que ele poderia fazer era confiar nela, mas ele tinha medo da reação dela ao saber do que ocorreu.

- Bem... meu pequeno tem alguma coisa a dizer para mim? - Sora perguntou suavemente, sem pressão sobre seu filho mais novo e o viu virar o rosto pro lado.

- Eu... - Ele viu Otto virar seu rosto para o outro lado, mesmo no estado em que ele estava, pensou na privacidade de seu irmãozinho. Apesar de poder ouvir tudo, ele não queria ver Thierry apanhando. - Eu sinto muito, mamãe... de verdade. - Ele se desculpou com sua voz baixinha e totalmente cabisbaixo, quando sentiu um dos dedos de Sora lhe tocar o queixo e levantar seu rosto para que pudesse olhar para ela.

- Mais uma vez você saiu sem autorização, Thierry. - disse Sora fazendo Thierry se sentir um idiota. - O que está havendo? Por que você continua fazendo isso? Pode falar para a mamãe, meu amor. - ela pediu com carinho o vendo juntar as sobrancelhas com chateação. - É alguma coisa que você não queira me contar?

Foi um soco no estômago dele. Será que ela sabia que ele estava escondendo algo? Deus, será que Otto havia contado para ela sem ele perceber?! Os olhos escuros dele se arregalaram rapidamente, fazendo sua mãe o olhar com curiosidade.

- N-Não mãe, não é nada que a senhora não possa saber! Eu juro! - a rapidez da resposta dele e do jeito nervoso fez Sora ficar preocupada. - É só que... - ele teve que ser rápido, tinha que dar uma resposta para sua mãe que não a fizesse suspeitar de nada. - Eu nunca tive esse tipo de moderação em minha vida. De ter que pedir permissão a alguém para poder fazer algo, e as vezes eu me esqueço de que preciso fazer isso e simplesmente faço. Não é por mal, mãe.

Sora lhe acariciou os cachos escuros e torceu a boca um pouco.

- Eu sei que não é por mal, meu querido. Mas você precisa começar a se lembrar dessa regra. Primeiro você sai com Adonis e quase foram mortos por uma Reiter, depois você sai outra vez e vai tomar banho no riacho mesmo estando o tempo frio e correndo o risco de adoecer, e agora você sai novamente, levando seu irmão consigo, correndo riscos de serem atacados por qualquer outro animal de grande porte e voltam pela manhã do outro dia. - Sora ditou cansada cada uma das transgressões de seu filho caçula o vendo desviar o olhar dela. Ela retirou seu dedo do queixo de Thierry para deixa-lo mais a vontade. - Isso não foi nem um pouco responsável, filho.

- Eu sei que não... - Ele murmurou envergonhado.

- Sua atitude para com Belle foi muito bonita, você foi um cavalheiro de querer leva-la de volta. - sora sorriu por um curto momento. - Porém, Thierry, você tem mãe, você devia ter vindo até mim... Quantos problemas teríamos evitado se você tivesse decidido pedir minha ajuda?

A Ilha WalgonreiOnde histórias criam vida. Descubra agora