Michael Clifford

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Deixo minha mochila em cima da cama e solto um suspiro cansado. Pego meu celular, deixando-o entre a orelha e o ombro enquanto tiro meu All Star.

- Alô? - Mike praticamente grita do outro lado da linha, ouço o barulho alto de música e me arrependo de ter ligado.

- Oi, Mikey, é a Abbie. - fico envergonhada. - Desculpa ter ligado, não sabia que você tava ocupado.

- Amor da minha vida! Eu não to ocupado, docinho, não pra você!

- Michael, você tá bebado? - pergunto com uma risada baixa.

- O queeee? Mas é claro que não!

- A onde é que você tá?

- Na... - ele para de falar e solta uma gargalhada - Terra do Nunca!

Sei que não devo rir, que devia ficar brava, mas rio do mesmo jeito. O barulho de música fica mais alto e a risada do Michael também, de repente ela para.

- Abbie?

- Eu, quem é?

- Sou eu, o Ashton.

- Oi, Ash. Aonde vocês estão? Os outros meninos estão aí também?

- A gente tá naquela boate nova que abriu, só eu e Michael. Escuta, será que da pra você vir buscar ele?

- Por quê? O que ele tá fazendo? - pergunto preocupada.

Michael bêbado fica meio sem noção das coisas.

- Ele tá bêbado, muito bêbado, se você não quiser ganhar um par de chifres, por causa da embriaguez do seu namorado, é melhor vir buscar ele.

- Nossa, que palavras reconfortantes, Ashton, me sinto bem melhor agora. - Reviro os olhos - Por que você não traz ele?

- Eu to ocupado, você sabe.

- E não pode trazer seu melhor amigo pra casa dele? Que amizade.

- Abbie! É sério, eu to meio bêbado agora também, não posso dirigir.

- Tá, passa pro Mike.

- Tá eu... MICHAEL NÃO BEBE ISSO. - arregalo os olhos, ouvindo Ashton xingando palavrões desconhecidos pela raça humana. - Só vem logo, tchau.

- Mas... - merda.

Desligou na minha cara.

Espanto o sono e pego meu meu tênis de volta, calçando ele, visto um moletom velho, pego meu celular e saio. O vento frio bate no meu rosto e tremo dos pés a cabeça, mas consigo pegar um táxi antes de congelar. Falo o endereço pro motorista e anoto mentalmente um lembrete para dar uma surra no Michael, por me fazer sair a essa hora da noite, nesse frio do inferno, pra ir buscar ele em uma boate.

A noite cai e o frio fica mais intenso a cada rua. Estou pensando em pedir para o taxista dar meia volta, quando ele para em frente a tal boate. Uma fila enorme de pessoas na frente, o barulho alto e alguns bêbados pela calçada.

- 20 dólares moça.

- Obrigada. - entrego trinta pra ele, com muita dor no coração. - Pode ficar com o troco.

- Muito obrigado.

Desço do táxi e abraço meu corpo, atravessando a fila até chegar em frente a dois armários, mais conhecidos como seguranças. Se eu fosse mais alta e estivesse usando um vestido ou sei lá, com certeza teria entrado na hora, mas o fato de eu ser baixa pra caramba, estar usando um moletom velho e All Star, não ajuda muito.

IMAGINES 1.0 - GRINGOSOnde histórias criam vida. Descubra agora