Louis ficou olhando e sorrindo para Troy. Eu não sei o que Louis está sentindo, mas acho que é uma sensação boa. Ele segurou a mão do pequeno, que o olhou e sorriu, da mesma forma que sorria quando sonhava. O meu lado materno queria chorar, mas eu me segurei. Vou guardar todas as lágrimas e só vou chorar quando Louis for embora.
- Sinto em lhe formar, mas ele é mais parecido comigo do que com você. - começou a falar. - E ele sorriu para mim. - Louis disse abobado.
- Pois é, ele sorri assim quando está dormindo.
- Se fosse uma menina eu colocaria o nome de Hazel. - disse, rindo.
- Por quê? - perguntei.
- Por causa da paradinha no nariz, a menina de 'A Culpa é Das Estrelas', sabe?
- Ah, sim. Ele está com essa cânula respiratória, mas já consegue respirar sozinho. E terá alta amanhã, pois reagiu super bem às sessões de fono, conseguindo se recuperar rápido.
- Ele é forte como a mãe dele, e será audacioso como o pai.
Quando o Louis falou a palavra pai, eu olhei para ele surpresa. Não esperei que ele iria se importar com a personalidade do nosso filho.
- Você já o registrou? - perguntou.
- Eu tenho ficado tanto no hospital com ele, que nem tive tempo para isso. Não gosto de deixá-lo sozinho quando eu posso ficar com ele. - respondi.
- Eu irei registrá-lo. - arregalei meus olhos. - Eu senti uma coisa diferente quando o vi e eu não posso deixar de fazer isso. Desculpe-me por tudo o que eu falei, eu me arrependo por isso.
Fiquei encarando Louis, eu queria poder decifrar alguma coisa no olhar dele. Os olhos azuis do menino estavam cheios de lágrimas, querendo cair. A última coisa que eu imaginei na minha vida era ver Louis chorando, o que está acontecendo na minha frente.
- Eu quero que Troy tenha o meu sobrenome, pode ser Troy Blowen Tomlinson? Eu vou registrá-lo agora.
- Sim é um bom nome. - respondi. - Eu só não quero que você diga ao mundo que é pai, não quero ninguém ameaçando o meu filho.
- Eu te entendo, Elisa. E é o 'nosso filho' , nunca mais fale 'meu filho' na minha frente. Ele também é meu. - disse, sorrindo.
- Está bem. - murmurei.
- Eu vou lá.
Antes de Louis sair do quarto, ele me surpreendeu com um selinho e fiquei rindo, que nem uma adolescente. Voltei a me sentar na cadeira e fiquei olhando Troy dormir. Ele é um anjo, dorme tranquilo, talvez porque já está acostumado a ficar sozinho durante a noite, mas a partir de amanhã vai ser diferente. Eu vou tê-lo em minha casa, o que é maravilhoso. Tudo o que eu mais quis nesses últimos dias foi ver Troy dormindo no berço dele. Acho que é isso que toda mãe quer, poder estar com o filho em casa.
Já tinha se passada três horas, desde a última vez, que Troy mamou. Eu o peguei, com cuidado, sempre me enrolando com os tubos do oxigênio. Troy é um menino muito guloso, quase não respira quando está se alimentando.
Ouvi uma batida na porta e depois Louis entrou sorrindo.
- Cheguei em um ótimo momento. - disse, sorrindo. - Como vai o pequeno Troy Blowen Tomlinson? - perguntou, puxando uma cadeira e sentando-se ao meu lado.
Graças ao dinheiro do Louis, eu consegui pagar, nesse hospital, um quarto particular para Troy. Fiquei com medo de ele pegar algum tipo de doença ou infecção de outras crianças na UTI neonatal.
- Troy vai bem, faminto como sempre. - sorri, olhando para o meu filho.
- A certidão dele está dentro do carro, quando eu te levar em casa eu lhe entrego.
Apenas afirmei com a cabeça. O meu grande passatempo é ficar olhando para Troy, pois gosto de vê-lo em paz. Saber que eu vou ter que deixá-lo em poucos minutos me dói o coração, mas amanhã eu vou buscá-lo e, finalmente, poderei ter o meu bebê em casa.
- Eu falei com a minha mãe. - murmurou. - Ela quase arrancou minhas bolas. - disse, rindo.
- Eu também senti vontade de fazer isso.
- Todos os meninos, na verdade. - disse, baixinho. - Eu fui um grande idiota e assumo isso. Eu só quero me redimir. Vou ser o melhor pai possível para esse moleque, pode ter certeza. - pegou na mão de Troy e ficou fazendo carinho.
Eu não sei descrever o momento de agora, só estou amando ter Louis ao meu lado agora. Sofri muito querendo o pai do meu filho ao meu lado, ainda mais quando descobri que eu tinha que fazer um parto prematuro. Só tinha a minha mãe ao meu lado, não que eu não tenha gostado, mas foi doloroso. Acho que quando se tem um filho, o pai também é a base de tudo.
Não demorou muito para irmos embora. Sempre dói em ter que deixá-lo no hospital. Eu sempre o deixo dormindo, fico mais em paz sabendo que ele está dormindo. Louis insistiu em me levar para casa e disse que queria ter uma conversa comigo. Só de estar ao lado dele, meu coração batia desesperado em meu peito. Quando chegamos em casa minha mãe ficou super surpresa ao ver Louis. Até porque nenhuma de nós duas esperávamos por ele, também não estávamos esperando que ele fosse registrar Troy. Bem, mas foi uma ótima surpresa.
Depois de termos uma breve conversa com a minha mãe, fomos para o meu quarto ter 'a conversa'. Sei que vai ser super tenso, mas farei isso pelo meu filho. Nos sentamos na cama, de frente um pro outro. Louis olhou em volta e depois voltou a sua atenção para mim. Olhei para ele e esperei que ele começasse a falar alguma coisa.
- O que você tem para me dizer? - fui logo ao ponto.
- Bem, eu só quero pedir para você me dar a oportunidade de poder ser pai. - disse, olhando nos meus olhos.
- Eu não te neguei isso nem por um segundo, Louis. - respondi.
- Mas eu quero ser pai em relação à tudo. Quero poder voltar para casa e ver ele, ficar com ele o dia todo e... - o cortei.
- Eu vou deixar, Louis.
- Você não entendeu onde eu quero chegar. - me encarou, novamente. - Eu quero morar com vocês. - sussurrou, tão baixo que quase não pude ouví-lo.
Eu fiquei quieta por um minuto, tentando assimilar o que ele disse, pois não esperava isso dele. Olhei para as minhas mãos, que estavam sobre o meu colo, e Louis colocou as dele sobre as minhas. Eu percebi o ato de carinho que ele tentou demonstrar e nunca achei que isso seria verdadeiro, pois ele nunca demonstrou isso comigo.
- Eu acho que... - parou de falar e deu um sorriso abafado.
- O que você acha? - perguntei.
- Nunca achei que iria dizer isso para alguma garota, mas acho que estou te amando. - murmurou a última palavra.
Meu coração quase saiu pelo minha boca, mas eu fiquei calada. Eu gostaria de ouvir o que ele tem a me dizer. Eu fiquei afetada com tudo que ele disse, porque, mal ou bem, eu sou perdidamente apaixonada pelo homem que está em minha frente.
Louis ficou olhando para o berço, em nossa frente, esperando por alguma resposta que eu possa dar a ele. Antes que eu pudesse dizer alguma, coisa ouvi alguém batendo na porta e falei para entrar, logo minha mãe colocou a cabeça na porta.
- Eu vou sair com as meninas e você sabe que eu não tenho hora para voltar.
- Tudo bem. - sorri.
Quando a minha mãe fechou a porta, Louis sorriu para mim. Ele está esperando por uma resposta, que eu ainda não dei. Fiquei o olhando e pensei sobre o que ele disse, mas antes de ter um raciocínio completo, Louis voltou a falar.
- Cara, você é a mãe do meu filho e eu te amo.