Jack Gilinsky

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Meu celular vibra e ignoro, atenta na fila a minha frente, esperando minha vez para comprar um lanche pra mim e meu irmão.

- Jade, vai demorar? - meu irmão pergunta pela quinta vez, me fazendo revirar os olhos.

Crianças de catorze são tão apressadas.

- Meu deus, Cody, a gente só tá aqui há dez minutos. Se acalma.

- Eu to com fome, porra.

- Mal educado, vou falar pra mamãe. - aviso, vendo ele revirar os olhos.

- Vai nada.

Bufo, ele está certo, eu nunca falo mesmo. Volto a me concentrar na fila e quase que, sem querer, começo a pensar em Gilinsky. Não nos vimos o dia todo.

- Que fome! Cara, que fome!

- Cody, cala a boca.

- Calo, com comida. - resmunga, mal humorado.

Eu ignoro, irritada, pensando que, se o Calum estivesse aqui seria muito mais fácil. Meu celular vibra de novo e eu o atendo, dando um sorriso ao ouvir minha voz preferida.

- Jade?

- Oi, Jack.

- Oi, amor, e aí?

- Eu que pergunta e aí. Onde você se meteu?

- Ah, você sabe, Johnson não vive sem mim. - diz rindo e ouço uma voz ao fundo gritar "É verdade!", me fazendo rir.

- To começando a me preocupar com isso. Você é meu, Gilinsky.

- Melhor não deixar o Johnson ouvir isso. - rio de novo e meu irmão começa a fazer caretas, com as mãos na barriga.

- É bom que ele escute.

- Adoro o cheiro do seu cabelo. - diz, de repente.

- Você é estranho, G. - ele ri, do outro lado, e começa a falar de novo, mas minha atenção é desviada quando meu irmão, praticamente, grita.

- Jade! Que demora! Eu não quero esperar, quero agora!

- Cala a boca, Cody.

A voz de Jack some.

- Bae?

- O que é isso, Jade?

- Isso o que?

- Quem é o cara que tá com você?

- Jack, não é um cara é o... - ele me interrompe.

- Não, claro que não, é uma garota chamada Cody. - responde, ríspido. - É isso que você faz quando a gente não se vê? Sai com outros caras?

- Jack! - digo, surpresa e chocada com o que ele acabou de falar. - Não é o que você... - me corta denovo.

- Você não tem ideia do que eu to pensando agora. - retruca, com a voz magoada. - Eu já entendi.

- Jack!

- Tchau.

Tento falar, mas ele desliga, me deixando sozinha com o barulho seco do outro lado da linha. Já sei, enquanto meu irmão come, vou tirar uma foto, marcá-lo, e postar. Quem sabe, assim, Gilinsky não desconfia que está sendo ridículo.

- 122. - o atendente chama.

- Eu! - ergui a mão.

- Até que enfim. - Cody falou, em um alto tom.

- Cala a sua boca! - o olhei nos olhos, ele sabia que eu estava com raiva, pois encolheu os ombros.

- Obrigada! - falei para o funcionário, depois que peguei a bandeja, com os lanches e as bebidas.

Achamos uma mesa e ocupamos o lugar.

- Vou tirar uma foto sua.

- Pra que?

- Por que o celular é meu, eu tiro se eu quiser. - me olhou, com tédio. - Jack acha que eu estou com outra pessoa, pois ouviu a sua linda voz. - ele riu. - Tá rindo, por que palhaço?

- Nada.

- Faz uma pose legal. - apontei a câmera do celular para ele.

Ele pegou o hambúrguer, colocando-o na bica, fingindo morder. Postei com a legenda "Levando o dragão, vulgo irmão, para matar a fome. Te amo." e o marquei. De repente o celular de Cody vibra e ele vê a foto.

- Muito engraçado. - sorri falso.

- Não é? - perguntei óbvia, entrando na dele.

Acabamos de comer e fomos em direção ao meu apartamento e, como sempre, Cody quis ficar na casa de um amigo.

Começou a chover no meio do caminho, droga. Chegando na entrada do prédio, avistei uma figura morena, e alta, ao lado de fora, meu Deus! Desci do carro correndo.

- Jack? - me olhou. - O que você tá fazendo aqui?

- Eu vi a foto. - chegou mais perto. - Queria te pedir desculpas.

- Era só você ter me ligado.

- Sabe que eu não sou de falar coisas sérias por mensagens ou por telefone. - chegou mais perto. - Eu tentei te ligar pra vir aqui, mas você não atendeu, pensei que estivesse com raiva, ou algo assim.

Eu estava com raiva, mas só de pensar que ele está enfrentando essa chuva, só para me pedir desculpas, eu já fiquei tranquila.

- Sim.

- Sim, o que?

- Eu te desculpo.

Me pegou pela cintura e me beijou, um beijo intenso. Sua língua pediu passagem, a qual eu cedi. Suas mãos foram, da minha cintura, até a minha bunda, apertando-a, enquanto as minhas estavam em seu cabelo. Quando o ar se faz ausente, cessamos o beijo. Ele foi com os lábios até meu pescoço e fez uma trilha de beijos até o lóbulo da minha orelha, o qual mordeu. Ele se afastou e inclinou a cabeça para cima.

- Eu te amo, Jade! - ele gritou, como se quisesse que todos ouvissem.

- Eu te amo, Gilinsky! - fiz o mesmo tom de voz, erguendo a cabeça e abrindo os braços. - Agora vamos entrar, não quero nenhum de nós com gripe, ou resfriado.

- Se eu ficar doente, você cuida de mim, ou se você ficar doente, eu cuido de você.

- E se adoecermos juntos?

- A gente se cuida.

IMAGINES 1.0 - GRINGOSOnde histórias criam vida. Descubra agora