Mais um dia indo pro inferno, o qual é mais conhecido por escola. Levantei de minha cama, fui até o banheiro, fiz minhas higienes, me vesti, peguei minha mochila e fui até a cozinha onde encontrei minha mãe lendo algum tipo de revista de fofoca.
- Bom dia filha. - ela falou sem tirar os olhos da revista por um segundo se quer.
- Bom dia mãe. - me sentei em sua frente e peguei uma maçã.
Ela suspirou e me olhou.
- Bem que podia, pelo menos uma vez, usar uma calça que não fosse rasgada né?
- Não.
- Tudo bem então. - voltou a ler a revista. - Quer carona para a escola?
- Não precisa, obrigada. Vou de skate. - dei uma última mordida na maçã, mas não a terminando. - Tchau mãe.
- Tchau amor.
Peguei meu skate e fui para a escola. Mal cheguei e encontrei o cara que mais odeio. Mas não é problema pois o sentimento é recíproco.
- Spencer Stevens. - falou se aproximando de mim e exibindo um sorriso perfeitamente cafajeste.
- Tyler Posey. - falei, mal o olhando e seguindo em direção ao meu armário onde guardei meu skate e peguei o livro de biologia.
- Por que está me ignorando?
- Talvez porque eu te odeie.
- Qual é o real motivo de você me odiar, Stevens? - ele se encostou no armário ao lado do meu.
- Não sei, simplesmente te odeio.
- Eu gosto de você, Stevens. - ele falou e foi para sala assim que o sinal tocou.
Não entendi se o que ele falou foi real ou simplesmente uma ironia. De qualquer forma, isso não importa. Não agora. Segui para minha sala. Onde a tortura iria começar. A aula de biologia foi uma verdadeira merda. Assim como as seguintes.
Agora estava no terceiro tempo. Matemática. A professora invés de dar a matéria, apenas falava de sua vidinha patética.
- Senhora Mills. - levantei minha mão.
- Sim senhorita Stevens? - ela levantou o olhar para mim já que a pouco olhava para o chão.
- E-eu. - fingi estar tonta. - Estou passando meio mal. Será que posso sair para beber uma água?
- Claro. Quer que alguém te acompanhe?
- Não. - saí da sala.
Na verdade, eu só não queria ouvir a senhorita Mills falar de sua vida miserável. Fui para o corredor e me encostei em um armário.
- Olha só quem eu encontrei aqui. - alguém sussurrou em meu ouvido, o que me fez arrepiar da cabeça aos pés em questão de segundos.
Aquela voz era inconfundível. Tyler.
- O que quer, Posey? - me virei para ele.
- Você. - foi chegando mais perto de mim e colocou suas mãos na minha cintura.
Tinha que me conter. Eu o odeio, não posso. Me desvencilhei de seus braços e fui até o banheiro feminino. Me apoiei na pia e joguei um pouco de água no meu pescoço. Você precisa se controlar Spencer.
- Você precisa se controlar. - falo a mim mesma e ouço a porta ser fechada e trancada e virei para ver quem era. - Isso é perseguição Posey. - falei.
- Não me importo. - ele falou, e a cada segundo seu corpo se aproximava mais de mim. - Eu quero você, Spencer. - sussurrou em meu ouvido, enquanto suas mãos deslizavam por minhas costas.
- Por que está fazendo isso, sendo que me odeia? - tentei sair do lugar, mas parecia impossível.
- Eu sempre te amei, garota. - seus lábios se colaram aos meus e eu não tive como fugir.
Deixei que o momento, de fato, acontecesse. Levei minhas mãos até seu pescoço, enquanto as suas foram para minha cintura, me puxando bruscamente para mais perto dele. Quando o ar se fez necessário nos separamos e não pude evitar de sorrir.
- Você ainda me odeia? - ele perguntou olhando em meus olhos e sorrindo.
O puxei para mais um beijo.
- O que você acha? - falei.
- Acho que você não me odeia mais, certo?
- Talvez.
Minhas mãos ainda se encontravam em volta de seu pescoço.
- Bom - comecei. - Na verdade eu sempre gostei de você.
- Então, o que acha de sairmos na sexta?
- Uma boa ideia. Mas agora vamos sair daqui. - me soltei de Tyler e caminhei até a porta.
- Espera - ele me puxou pelo braço e, mais uma vez, estávamos nos beijando.
- Vamos. - quebrei o beijo e o puxei para fora do banheiro.
Depois daquele "encontro", voltei para minha sala. No último tempo, eu e Tyler tínhamos aula juntos e, a todo minuto, pude sentir seu olhar sobre mim.
Basicamente, na sexta fomos ao cinema. Um tempo depois nós começamos a sair e ele me pediu em namoro.
Talvez o ódio seja uma espécie de capa para encobrir o verdadeiro sentimento. O amor.