Matthew Espinosa

2.4K 77 4
                                    

Ouvi passos nos corredores, olhei para frente e não vi ninguém vindo. Continuei lendo meu livro, que agora contava uma história muito interessante. Os passos, que eu havia ouvido, se aproximaram e, junto com ele, risadas. Resolvi não olhar e continuar com minha leitura. Sem deixar eu acabar de ler a frase, senti um perfume muito forte. Eu conhecia aquele perfume, era doce, mas amargo, era rispído, mas dava para se cheirar a qualquer momento. Era Matthew.

Levantei meus olhos devagar e ele estava parado na minha frente. Um pequeno frio percorreu em minha espinha ,mas logo desapareceu quando vi que ele não estava sozinho e nem com seus amigos. Ele estava com Cassie, sua ficante, que agora se gabava. Enquanto ele olhava as mãos de Cassie pegar seu braço e agarrá-lo, fiquei encarando seu rosto, percebendo cada detalhe facial. Ao perceber que ele tinha virado, voltei correndo a olhar minhas páginas, mas não lia nada, pois meu nervosismo não deixava. Olhei com o canto do olho e pude perceber que ele me olhava, sentindo tudo em mim corar. Então resolvi pegar minhas coisas e ir para biblioteca.

Botei minha mochila nas costas e passei por ele, podendo desfrutar de seu cheiro maravilhoso de uma vez. Percebi que ele me acompanhou, com o olhar, caminhar até o final do corredor, me deixando ainda mais vergonhosa. Caminhei até os banheiros e me sentei nos bancos da frente. Peguei meu livro, mas foi em vão, pois meus pensamentos estavam nos olhos de Matthew, que me observavam atentos.

Por quê isso tinha que acontecer? Tanto meninos para gostar e eu logo desse?

O sinal bateu e todos se dirigiram até a sala de português, era aula da Sr. Hunterford. Fechei meu livro e o guardei dentro da mochila. Caminhei até a sala e, quando cheguei lá, sentei em meu lugar. Peguei os cadernos e fiquei olhando pela janela, os alunos no pátio da escola. O resto da turma entrou, em seguida, e, por último, a professora, que chegou com seu discurso.

- Boa tarde, turma. Peguem seus livros, pois hoje teremos matéria nova. - ela sentou em sua mesa, parecia não gostar.

Com os olhos ainda lá fora, abri meu livro e esperei a boa vontade da professora de nos ensinar algo. Passei uma mecha de cabelo para trás da orelha e observei as páginas. Sem deixar de prestar atenção, senti um papel bater na minha cabeça e cair no chão. O peguei, em seguida, e tinha uma mensagem.

"Me encontre no recreio atrás dos banheiros, preciso conversar com você."

Sem entender nada, virei-me para trás e pude ver que Matthew me observava atentamente, esperando eu esboçar alguma resposta, o que não fiz, deixando ele para trás, sem nenhuma.

Depois de termos uma aula, totalmente, tediosa, o sinal para do intervalo tocou e todos nós nos dirigimos até a saída. Me levantei da classe e sai da sala, seguido de outros. Passei pelas portas dos corredores e fui até os banheiros. Sem que eu esperasse, ele já estava sentado lá, olhando as paredes rabiscadas, que continha nomes do alunos e mensagens desagradáveis. Quando pôs seus olhos em mim, uma sombra de sorriso percorreu em seus lábios. Ele fez sinal para me aproximar e sentar do seu lado. Com bastante receio, sentei no banco, sentindo o gelado queimar minha pele. Olhei o chão e ele também. Estavam os dois inquietos, nenhuma palavra saia da boca.

- Pedi para você vir aqui, porque tenho que te falar uma coisa. - disse, nervoso.

- O quê? - o olhei.

- Desde o acontecido na festa. - pausou. - Você sabe, aquele nosso beijo. Eu me peguei pensando em você várias vezes no dia. - suas palavras pesaram.

- Como assim? - olhei o chão.

- Faz cinco meses que eu não paro de pensar em você, porra. - diz, bravo. - Eu não paro de pensar o quanto você beija bem e estou ficando sufocado guardando isso pra mim. Não consigo mais fingir que estou gostando de outra pessoa, que não é você. Foda-se todos e a sociedade, que diz que pessoas inteligentes tem que ficar longe dos populares. - olhou no fundo dos meus olhos. - Eu quero você.

Matthew pôs as mãos em meus cabelos e juntou nossos lábios, rapidamente, em um beijo feroz. Sua língua entrava na minha boca com voracidade, parecia curioso para conhecer cada canto dela. Segurei em seu pescoço e ele me empurrou para trás, prensando-me na parede. Quando o ar foi preciso, ele me soltou e olhei seus lábios, que estavam vermelhos.

- Matthew... - ele me interrompe, colocando o dedo em meus lábios.

- Não diga nada, só diz que quer ser minha.

IMAGINES 1.0 - GRINGOSOnde histórias criam vida. Descubra agora