Cap. 11 - Um coração em festa

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Wesley parecia muito feliz, distribuindo sorrisos às amigas que estavam com ele à mesa e segurando uma garrafa de Budweiser. Renato entendeu que aquela felicidade toda podia ser influência do conteúdo mágico daquela pequena garrafa em suas mãos. Ele acenou assim que Renato apareceu em seu campo de visão, gesticulando para que o garoto se dirigisse à sua mesa.

- Junte-se a nós, rapaz – ele brincou.

Renato aproximou-se, desviando de um senhor que arriscava uns passos de dança mal dados e algumas pessoas amontoadas em um círculo e que conversavam alto.

- E aí? Deu tudo certo? – quis saber Poliana. – Conseguiu se livrar da Coca-Cola na camiseta?

Renato passou a mão na lateral do corpo, sentido o úmido do tecido e sorriu.

- Nada que umas gatinhas de água não resolvam.

- Demorou muito, rapá – brincou Wesley. – Foi tomar banho, foi?

- Quase isso – murmurou Renato.

- Pensei que tivesse sido sequestrado – continuou o cowboy.

Renato revirou os olhos.

- E quem seria louco de me sequestrar? Num tenho onde cair morto, ia ser um baita de um prejuízo.

Todos na mesa riram.

- Ótimo, então estamos livres da possibilidade de um sequestro – brincou Poliana. – Podemos continuar celebrando nossa noite – ela ergueu um copo.

- E as pessoas foram educadas contigo enquanto estava soltinho por aí. Sozinho?

Renato fez um ar de mistério. Em seguida, comentou:

- Teve aquele rapaz que quase me atropelou na saída do banheiro...

- Como assim? – perguntou Estela.

Renato deu de ombros e puxou uma cadeira para se sentar.

- Nada de mais. Só um sujeitinho grosso que passou por mim e quase me derrubou – Renato respirou fundo. – E nem teve a decência de me pedir desculpas.

- Relaxa – comentou Estela. – Isso é comum por essas bandas. – Rio das Pedras não é um lugar conhecido pelas boas maneiras de seus moradores. Muito pelo contrário.

- Caramba, olha como ela fala da própria cidade – disse Wesley, em meio a risinhos.

- E estou mentindo?

- De jeito nenhum! – confirmou Wesley. – Mas foi uma topada muito séria? – ele perguntou a Renato.

- Não. Só um esbarrão mesmo. Estou vivo, né? Então... tá tudo bem – Renato riu.

- Se você está dizendo...

- Relaxa, gente, eu estou bem.

- Ele tá bem, gente, vamos beber – pediu Estela.

Wesley se inclinou para frente na direção de Renato. Ele piscava freneticamente como se tentasse se manter acordado, e Renato percebeu que o rapaz já estava um pouco alto devido à cerveja.

- Tem certeza que não precisa trocar a camiseta?

- Tenho, sim, relaxa – garantiu Renato, afastando-se um pouco. – E mesmo se eu quisesse, seria impossível. Não trouxe camiseta extra.

- Posso te emprestar a minha – Wesley puxou a camisa xadrez, revelando uma camiseta branca por baixo.

Renato sentiu o rosto queimar. Não queria ficar corado ali na frente daquelas pessoas estranhas.

Entre Meninos (Romance gay) - Concluído Onde histórias criam vida. Descubra agora