Cap. 25 - Amor fraterno.

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Assim que os rapazes entraram na sala, Renato sentiu-se aliviado por vê-la completamente deserta. Era como se tivesse ganhando um pouco mais de tempo antes da batalha que se anunciava. O coração que andava acelerado foi, aos poucos, voltando ao ritmo normal e ele tentou disfarçar seu contentamento. Não queria que Wesley achasse que ele fosse um covarde ou coisa do tipo. Wesley estava animado com a súbita tomada de coragem de Renato, e o rapaz não queria desapontá-lo. Não queria que pensasse que ele estava fugindo daquela situação, embora, na prática, ele estivesse.

- Ué, onde foi parar todo mundo? – perguntou Wesley, girando sobre o calcanhar, buscando por sinal de alguma alma viva.

- Devem estar escondidos em algum canto da casa, esse lugar é enorme... normal que as pessoas se percam por aí – comentou Renato, torcendo para que ninguém aparecesse de repente. – Vou subir para tomar um banho.

- Também preciso de uma boa chuveirada. A gente se vê? – perguntou Wesley, passando a mão pelo rosto de Renato, fazendo-o gelar. Alguém poderia entra na sala, de uma hora para outra, e pegá-los naquele clima de intimidade. Seu pai poderia aparecer ali a qualquer momento.

- Com certeza...

- Beleza, então.

- Beleza...  – repetiu Renato.

Renato acompanhou Wesley com os olhos, enquanto ele se dirigia ao seu quarto, próximo à biblioteca e, em seguida, subiu as escadas apressado. O desejo de não ser flagrado na sala, e convidado para uma conversa que não queria ter, era tal, que ele pulou os degraus de dois em dois.

O corredor, no segundo andar da casa, também estava mergulhado no silêncio e se achava completamente deserto. E, outra vez, Renato agradeceu à própria sorte. Não havia sinal algum de pai, mãe... de ninguém. Com medo de que um parente surgisse de uma das várias portas, ele foi diretamente para o seu quarto, virou a maçaneta e entrou, fechando a porta atrás de si rapidamente (Agora estou em segurança!). Somente quando se sentiu completamente a salvo (de ter que enfrentar seu próprio destino), foi que ele soltou o ar dos pulmões, aliviado.

- Tudo bem, maninho?

Renato deu um pulo e virou-se assustado na direção da voz às suas costas. Levou alguns segundos para se recompor do susto e conceber a imagem de Suzy deitada em sua cama, sorridente e feliz. Niall Horan, segurando um violão, parecia muito à vontade olhando para Renato direto da camiseta da irmã.

- O que você tá fazendo no meu quarto?

- Vim te fazer uma visita. Estava com saudade. Você sumiu o dia todo, estava preocupada. Cheguei a imaginar que você tivesse sofrido um acidente.

- Pra seu azar, não sofri.

- Afff, credo. Eu nunca que ia desejar isso, imagina. Não quero que você morra num acidente, maninho.

- Pena que eu não posso dizer o mesmo – murmurou Renato, sem pensar muito no que estava falando.

- Mas, agora eu tô mais calma, sabendo que você tá bem...

- Pronto! Já viu que eu estou muito bem, obrigado. Agora pode ir.

Suzy passou a mão pelo lençol da cama, alisando-o com gestos exagerados.

- Relaxa, a gente nem conversou direito. Gosto do seu quarto. Ele é confortável.

- Vaza! – disse Renato, apontando a porta para irmã.

- Credo. Não é assim que a gente deve tratar uma visita, Renatinho.

- Some daqui, inferno!

- Caraca, precisa ser tão grosso?

Entre Meninos (Romance gay) - Concluído Onde histórias criam vida. Descubra agora