Cap. 43 - NOSSA VIDA COLORIDA

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Wesley pegou uma garrafa de água mineral na geladeira e ofereceu a Renato.

- Que chique – disse o rapaz, encarando o objeto.

- Estamos com problemas na água fornecida aqui no prédio. Parece que ela não é tão limpa quanto diziam. O jeito é gastar com agua mineral.

- Entendi.

- Um dinheiro bem empregado.

Wesley sorriu e começou a limpar os sinais de uso na cozinha. Passou um pano sobre a mesa, recolhendo os farelos de pão que ele e Renato espalharam. Ajeitou as cadeiras embaixo da mesa e encostou-se na bancada da pia, encarando o namorado.

- Sempre tão organizado o rapaz – brincou Renato.

- Preciso, né? Afinal, não moro sozinho – Wesley deu de ombros.

- Duvido que fosse diferente se você morasse sozinho.

Wesley pensou um pouco.

- É, talvez você tenha razão.

- Eu tenho razão!

- Culpa da minha avó, ela me criou assim – Wesley gesticulou com as mãos como se não fosse o responsável pelo próprio comportamento.

Renato terminou de tomar a água e jogou a garrafa na lixeira. Ficou parado olhando para o nada. Por um segundo, sentiu uma profunda dor no peito e aquilo era estranho, pois era uma dor de felicidade.

- O que houve – quis saber Wesley.

Renato sorriu, parecendo voltar de um mundo paralelo.

- É ótimo ficar contigo – disse, passando a mao pelo rosto do cowboy. –, mas eu tenho que ir.

- Que pena – lamentou Wesley.

Os dois seguiram abraçados até a sala, Wesley abriu a porta e ficou parado sobre o batente, enquanto Renato o encarava parado no corredor. Eles permaneceram ali por uns segundos olhando-se e admirando, cada um, a beleza do outro. Embora o relacionamento deles só estivesse no início, parecia que se conheciam há anos.

Wesley não conseguia explicar, pelo menos não em palavras, o tamanho do amor que sentia por aquele rapaz. Na verdade, ele não conseguia explicar nem para ele mesmo o que estava sentindo por Renato. Nunca pensou que pudesse amar tanto alguém.

- Eu já disse que você é um gato? – perguntou Renato, quebrando o silêncio.

Renato fez uma cara de desdém e riu.

- Não.

Renato riu de volta.

- Ah, eu já disse, sim. Com certeza, eu já disse. Aliás, eu digo isso o tempo todo. E sabe por quê?

- Por quê?

- Porque é a mais pura verdade.

- Você acha?

- Acho...

- Mas quer saber? Pode continuar dizendo que sou gato, afinal nunca é de mais... diz de novo.

Renato se aproximou de Wesley, segurou seu rosto e lhe beijou demoradamente. Ele rendeu a respiração e desejou congelar a vida naquele instante e preservar aquilo para sempre. Mas "para sempre" era tempo demais. Tentando organizar seus pensamentos, Renato se afastou do cowboy e ele sorriu.

- Você é perfeito. É o cara mais lindo que já conheci...

- E foram tantos assim? – disse Wesley em tom de brincadeira.

- Na verdade, não.

- Então você não tem muito parâmetro para comparar...

Renato passou o mão pelo peito de Wesley (meu Deus, ele era todo perfeito!).

Entre Meninos (Romance gay) - Concluído Onde histórias criam vida. Descubra agora