Wesley pegou uma garrafa de água mineral na geladeira e ofereceu a Renato.
- Que chique – disse o rapaz, encarando o objeto.
- Estamos com problemas na água fornecida aqui no prédio. Parece que ela não é tão limpa quanto diziam. O jeito é gastar com agua mineral.
- Entendi.
- Um dinheiro bem empregado.
Wesley sorriu e começou a limpar os sinais de uso na cozinha. Passou um pano sobre a mesa, recolhendo os farelos de pão que ele e Renato espalharam. Ajeitou as cadeiras embaixo da mesa e encostou-se na bancada da pia, encarando o namorado.
- Sempre tão organizado o rapaz – brincou Renato.
- Preciso, né? Afinal, não moro sozinho – Wesley deu de ombros.
- Duvido que fosse diferente se você morasse sozinho.
Wesley pensou um pouco.
- É, talvez você tenha razão.
- Eu tenho razão!
- Culpa da minha avó, ela me criou assim – Wesley gesticulou com as mãos como se não fosse o responsável pelo próprio comportamento.
Renato terminou de tomar a água e jogou a garrafa na lixeira. Ficou parado olhando para o nada. Por um segundo, sentiu uma profunda dor no peito e aquilo era estranho, pois era uma dor de felicidade.
- O que houve – quis saber Wesley.
Renato sorriu, parecendo voltar de um mundo paralelo.
- É ótimo ficar contigo – disse, passando a mao pelo rosto do cowboy. –, mas eu tenho que ir.
- Que pena – lamentou Wesley.
Os dois seguiram abraçados até a sala, Wesley abriu a porta e ficou parado sobre o batente, enquanto Renato o encarava parado no corredor. Eles permaneceram ali por uns segundos olhando-se e admirando, cada um, a beleza do outro. Embora o relacionamento deles só estivesse no início, parecia que se conheciam há anos.
Wesley não conseguia explicar, pelo menos não em palavras, o tamanho do amor que sentia por aquele rapaz. Na verdade, ele não conseguia explicar nem para ele mesmo o que estava sentindo por Renato. Nunca pensou que pudesse amar tanto alguém.
- Eu já disse que você é um gato? – perguntou Renato, quebrando o silêncio.
Renato fez uma cara de desdém e riu.
- Não.
Renato riu de volta.
- Ah, eu já disse, sim. Com certeza, eu já disse. Aliás, eu digo isso o tempo todo. E sabe por quê?
- Por quê?
- Porque é a mais pura verdade.
- Você acha?
- Acho...
- Mas quer saber? Pode continuar dizendo que sou gato, afinal nunca é de mais... diz de novo.
Renato se aproximou de Wesley, segurou seu rosto e lhe beijou demoradamente. Ele rendeu a respiração e desejou congelar a vida naquele instante e preservar aquilo para sempre. Mas "para sempre" era tempo demais. Tentando organizar seus pensamentos, Renato se afastou do cowboy e ele sorriu.
- Você é perfeito. É o cara mais lindo que já conheci...
- E foram tantos assim? – disse Wesley em tom de brincadeira.
- Na verdade, não.
- Então você não tem muito parâmetro para comparar...
Renato passou o mão pelo peito de Wesley (meu Deus, ele era todo perfeito!).
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Entre Meninos (Romance gay) - Concluído
Teen FictionQuando a mãe de Renato o avisa de que eles passarão o mês de férias na fazenda da avó, o rapaz fica indignado. Amante de roque, cinema, séries e literatura; Renato é um típico menino da cidade. Passar um período entre vacas e cavalos, no meio do mat...