Capítulo 50

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LUA

Sentindo como se um monstruoso caminhão tivesse passado por cima de mim levanto da cama e vou direto para o banheiro. Ao me olhar no espelho desejo chorar.

Mais que merda!

Parecia que havia levado dois socos nos olhos de tão inchados e vermelhos que estavam. Meu cabelo nem se fala, um ninho perfeito para os passarinhos.

Foi preciso gastar um bom tempo aplicando aquela maquiagem reboco para encobrir meu estado lastimável que me encontrava. Não sou fã de se maquiar em plena manhã cedo já que morria de preguiça até mesmo de me acordar, mas como tenho uma consulta marcada foi necessário aplacar as belas olheiras que eram o resultado de ter passado horas acordada. Só havia conseguido dormir quando o sol estava perto de nascer.

Eu odiava aquele homem... Mentira! Eu amava loucamente aquele cowboy gostoso pra cacete. Sim, como podem ver sou uma idiota estúpida por ainda sentir algo por aquele desgraçado que destroçou meu coração.

Inclusive resto de coração que insistia em querer esse traste. Estava com um ódio mortal do meu corpo que dava sinal de vida apenas com sua proximidade. Até mesmo a puta da minha amiguinha lá de baixo resolveu ficar animadinha com um simples e medíocre beijo.

Para Lua! Vem cá, querida. Quem está querendo enganar com essas palavras? Simples beijo?! Chegaram perto de fazer sexo na bancada. Se não fosse seus hormônios que uma hora te deixa com um louco tesão e em outras parecendo uma criança birrenta chorando, o tal sexo na cozinha teria sim concretizado.

Vai à merda consciência maldita que tem um pacto com meu corpo e coração! Nunca pensei que fosse tão difícil resistir ao pecado. Cadê minha vergonha na cara?

Foi parar na sua vagina!

Cala a boca!

Já não bastava a desordem que anda minha vida a peste do homem resolve simplesmente aparecer bem na minha porta depois de três meses. E para completar soube da pior maneira que eu não havia perdido o bebê.

Veja como são as coisas. Estaria indo contar sobre Luna justo hoje desde que minha viagem foi marcada para essa tarde, porém o filho da puta do destino resolveu dar seu empurrãozinho nada legal. Inacreditável.

Na clínica estando apresentável travo quando estou prestes a cumprimentar a recepcionista que junto com outras mulheres estão sorridentes e suspirando para um Bryan que assim que me ver abre caminho entre a mulherada que o rodeava vindo diretamente a mim.

— O que diabo houve com seu rosto? — pergunto assustada quando noto os machucados. Bryan tem um corte no lábio, o nariz avermelhado e um olho que estava começando a ficar roxo.

Toco com cuidado seu rosto analisando.

— Vai ficar brava. — ele responde desconfortável.

Me afasto deixando minha mão cair quando junto os pontos. Jake havia mandado uma mensagem avisando que ocorreu um imprevisto e que eu poderia começar a consulta sem ele.

— O imprevisto do Jake tem algo a ver contigo. — afirmo.

— Lua...

— Andaram brigando?

— Eu tinha coisas para tratar com ele e...

— E achou que se socaram fossem resolver?! — digo sarcástica.

— Claro que não! É que...

— É que nada, Bryan! — quando vejo que aumentei o tom da voz respiro fundo tentando não me descontrolar. — Não quero que Luna cresça no meio dessa animosidade entre pai e padrinho.

Laçada Pelo CowboyOnde histórias criam vida. Descubra agora