Capítulo 45

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BRYAN


— Luara Imperial é uma vadia sem coração. — chamando a atenção de algumas pessoas do bar eu digo entornando a garrafa de tequila na boca.

Havia se passado uma semana desde que voltei para fazenda. Somente sete dias que assistir a mulher que amo beijando outro homem. Uma cena que fez o meu mundo ser massacrado, meu coração pisoteado. Estava tão em choque com o que sofri que não consegui explodir como achei que faria.

Assim que cheguei na fazenda tudo que fiz foi informar para Ally e Tia Anna que estavam na torcida que eu e Lua havíamos terminado e que dessa vez não teria volta. Seguiria com a minha vida de antes. Aquela onde uma pequena maluca da cidade grande não existia.

Não toquei em qualquer detalhe do que houve em Nova York e as duas respeitaram o meu silêncio. Mas como minha irmã é curiosa pra cacete logo foi perguntar para Dam que ainda emburrado comigo explicou o que acontecerá.

A dor que Lua causou me deixou morto por dentro. Não xinguei, não fiquei com um humor dos infernos e muito menos tive novamente um ataque de fúria. Os dias foram passando e eu voltei com minha rotina em acordar cedo e ir trabalhar.

O que não gostei foi em ver Adônis triste pela casa não pulando em cima de ninguém, brincando com os outros animais da fazenda, atrás de roubar alguma comida na cozinha ou até fugindo do banho. Ele passava a maior parte do tempo na varanda deitado olhando para a estrada que dava acesso a fazenda. Ele sentia falta dela assim como eu.

Minha família ficou tão surpresa pelo nosso rompimento quanto à maneira calma que estava mantendo que em cada dia um deles vinha me visitar tanto na fazenda quanto na clínica. Ally e Tia Anna são as que ganham no quesito preocupação ao extremo. Minha Tia vivia ligando para me atormentar ou aparecendo com os meus pratos de comida preferidos.

Entendia o porquê de toda preocupação porem estavam passando dos limites. Eu sempre garantia que estava bem e somente queria ficar sozinho. Conhecendo Tia Anna aposto que está achando que voltarei para minha vida desenfreada do pecado.

Mas como um drogado em reabilitação eu tive a minha primeira crise de abstinência. E a causadora foi à volta para o meu quarto. Sim, odeio aquele lugar e querendo fugir das recordações não quis dormir lá. Mantive usando as poucas peças de roupas que tinha na mochila para não ter que entrar naquele antro.

E sabendo que não podia continuar agindo dessa maneira tão fresca e covarde hoje eu entrei no quarto. O pior nem foi tanto seu cheiro que podia ainda sentir mesmo com o passar dos dias ou até mesmo as poucas fotos que se salvaram espalhadas depois do ataque de fúria que tive. O que fez realmente eu voltar para a miséria que estava adormecida foi à porra do pequeno colar que vi em cima da mesinha.

Não deu em outra. Sentindo um falta de ar do caralho, parecendo animal selvagem enjaulado dentro daquele quarto sendo bombardeado de lembranças precisei sair. E foi daí que vim parar aqui no Hard Knocks.

O que era para ser uma simples saída para tomar uma única cervejinha virou em horas e uma garrafa de tequila.

— Já chega! — irritada diz Bonnie para em seguida voar pelo balcão em minha direção agarrando o meu amigo Jose Cuervo tentando o roubar das minhas mãos. — Me dê isso agora, porra.

— Não! — puxo com tanta força que consigo fazer com que largue a garrafa.

— Eu vou ligar para Ally. — informa ela colocando as mãos no quadril como se isso fosse causar algum medo em mim.

Começo a rir por essa inútil ameaça. Nem se fosse para minha falecida mãe ou meu pai eu estaria pouco me importando.

— Então ligue. — grito parando de rir a desafiando. — Caralho, eu somente quero que me deixem em paz. O que eu preciso fazer para que isso aconteça?!

Laçada Pelo CowboyOnde histórias criam vida. Descubra agora