Capítulo 16

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Juliana
Depois do almoço eu dormi cerca de uma hora, acordei com a Chele me chamando para a gente sair, me ajeitei e enviei um whats pro Dudu para saber se ele iria também, ele confirmou. Na passada pela sala vi o Lucas sentado mexendo no celular, quando ele me olhou desviei o olhar e continuei andando. - Podemos passar a tarde toda fora?- pergunto ao Dudu.

Dudu - Por que, tá querendo fugir do boy?

Juliana - É, um pouco!- na verdade eu não queria criar nenhum clima ruim entre ele e a outra garota.

Dudu - Claro, aqui tem muitas atividades, vamos achar muito o que fazer!.- ela sorriu, mas não foi de alegria, foi de alívio já conheço essa pequena e sinto que ela tá gostando do boy.

Lucas
Vi quando a minha menina saiu com o Eduardo e um outro casal de amigos, eu daria tudo para ir com ela, mas sei que não posso.
Refiz a trilha com a Tai que ficou toda feliz, mas para mim não teve a menor graça. Retornamos para a fazenda por volta das 18 horas e como é verão ainda tem sol. Tomei outro banho e me joguei na cama, as minhas pernas doíam. Depois de descansar um pouco, acabei descendo porque a Tai não parava de me ligar.

Tainá - Vamos lá fora?

Lucas - Tô cansado pra caramba!

Tainá - Tem umas redes lá fora, vem!

Lucas
Acabei indo, as redes ficavam em baixo de umas árvores e a sombra e a brisa me fizeram cochilar. Acordei pouco tempo depois com a Tai deitada na mesma rede que eu.

Tainá - Você tá mesmo cansado!- enchi ele de beijos.

Lucas - É, eu caminhei muito hoje.

Tainá - Agora você aprende a me esperar!- ri, beijei o peito dele, mas ele estava quieto e distante.- Deixa eu ver as fotos que você tirou lá da trilha e da cachoeira.

Lucas - Peraí!- eu tinha que organizar para ela não ver as fotos da Juliana, movi para uma pasta dentro de outra pasta e entreguei o celular para ela, levantei da rede e me alonguei um pouco.

Tainá
Ele ficou enrolando para me mostrar, mas era cada foto linda que lugar incrível, aproveitei que ele se afastou um pouco e comecei a mexer em todas as pastas. O meu chão se abriu quando vi dezenas de fotos da japonesa, respirei fundo, ela sorria e pelo que pude ver a maioria delas foi tirada bem de perto, tinha algumas selfies dos dois e eles ficaram muito próximos, engoli aquilo a seco, exclui a pasta e deixei o celular dele na rede.

Lucas - As fotos ficaram boas?

Tainá - Sim, melhor entrar.- tento disfarçar, voltei para dentro, mas aquilo não entrava na minha cabeça. Ela tem namorado e tava toda próxima do Lucas?... subi para o quarto e vi o picachu que ela chegou do passeio em cima da cama dela. O quarto estava vazio, me aproximei pegando-o e procurando qualquer sinal que ligasse o Lucas aquele bichinho de pelúcia. No laço do pescoço dele tinha um mini cartão pendurado que estava escrito: Depois daqui vc é só minha.Lucas.
Fui tomada de um ódio, peguei meu alicate de unha que estava na minha bolsa, fiz um pequeno corte no bicho e terminei de rasgá- lo com as mãos, coloquei todo meu ódio para fora destruindo o presentinho daquela sonsa...deixei tudo jogado na cama dela e desci como se nada tivesse acontecido.

Juliana
A tarde foi maravilhosa, andamos de bote, tomei um banho por causa das correntesas, depois fomos conhecer a parte da fazenda onde ficavam os animais. Andamos a cavalo, tiramos leite da vaca, nem a presença do André me chateou hoje. Brincamos com as ovelhas e os coelhos, tiramos muitas fotos e fui postando aos poucos, me diverti demais.

Lucas
Fiquei esperando a Juliana voltar, queria vê-la, mas também tinha a Tai...olhei no Instagram dela e vi algumas fotos, curti todas e ela parecia muito feliz.

Juliana
Já eram quase 19h30 quando retornamos, lanchamos em um quiosque que fica bem próximo da fazenda, como estava muito cansada subi para tomar um banho.
Assim que entrei no quarto vi que minha cama estava cheia de enchimento de espuma, me aproximei e vi que era do meu picachu. Eu chorei, despedaçaram ele todinho. A Chele tentava me acalmar.

Chele - Só pode ter sido aquela vaca!

Juliana - Eu não consigo falar com o Dudu.- o celular dele só chamava.

Chele - Vou ver se ele tá lá embaixo.- desci e ele estava conversando com o Lucas. - Dudu, vem a Juliana tá chorando.

Dudu - O que ela tem?- falo andando ligeiro sendo seguido pelo Lucas.- O que foi pequena?- assim que pergunto, noto o picachu dela destruído.

Juliana - Olha Du o que fizeram.- choro.

Dudu - Calma!- a abracei.

Lucas
Ela não me viu entrar, mas eu vi tudo e não acredito que a Tainá fez isso.

Nathalia - Rapazes, vocês não podem vir para o quarto das meninas.

Dudu - Sei disso, vim porque me chamaram. Olha o que fizeram no ursinho da Juliana.- reclamo.

Nathalia - Como assim?

Juliana - Eu deixei ele inteirinho em cima da minha cama, quando voltei estava assim.- olhei para trás e vi o Lucas me olhando.

Nathalia - Tá saiam, eu vou resolver isso.

Lucas
Desci a escada e a Tainá estava andando de um lado para o outro com um sorriso malicioso, a puxei para fora.- Por que cê fez isso?

Tainá - Isso o que?

Lucas - Acha mesmo que eu sou idiota?

Tainá - Acho sim, você veio pra cá comigo, mas fica o tempo todo atrás daquela garota.- me soltei dele e subi correndo para o quarto. Queria chorar, mas o quarto é coletivo e não queria que ninguém me visse, fui até o banheiro, me tranquei no privado e chorei. Não sei por quanto tempo fiquei ali, mas chorei muito.

Agora eu sei o que é amar.Onde histórias criam vida. Descubra agora