7 Desejos

18 - Dear Evan Hansen

     Falar com o Aaron todos os dias e sair com ele quase todos os dias, faz com que eu me pegue pensando nele muitas vezes. Tem horas que estou lavando as louças do almoço e quando vou ver, já estou pensando no que ele deve está fazendo no momento, já que minutos atrás, pedi que me esperasse nas mensagens pois iria lavar as louças. Eu nunca me apaixonei rapidamente por uma pessoa, ainda mais por uma pessoa que conheço tão pouco como conheço o Aaron, mas com ele parece que estamos em um universo paralelo onde não precisa você conhecer alguém para depois se apaixonar. Na verdade, isso existe no nosso universo e pode se encaixar em amor à primeira vista, mas não acho que esse seja o caso. É como se tivéssemos algo entre o namoro e uma amizade, onde saímos como um casal, nos portamos como um casal, trocamos carinhos (muitas vezes inesperados) como casal, mas onde somos apenas amigos. Algo dentro de mim sempre me diz para que embarque nisso com ele, que me jogue de cara nesse novo caminho, mas a minha parte racional me diz para ir com calma, porque afinal, isso está mais para um romance de verão, onde tudo vai se desfazer quando o verão se for. Hoje faz alguns dias desde o episodio com o Estevão no Navy Pier, mas desde lá, eu e o Aaron não saímos juntos, porém nos falamos o tempo todo e ele me manda várias fotos sobre o que está fazendo.

-Quer sair comigo hoje ? -Ele pergunta no meio da conversa, já que estamos falando por ligação. Hoje é sexta e além de eu não querer fazer nada sozinha, a Avery só chega de viagem amanhã, então fico animada com o pedido.

-Não sei para onde, mas já aceito! -Respondo animada e ele sorrir.

-Isso tudo é por causa do tédio ?

-Também. Minhas férias não tem sido tão produtiva. Estou mais esperando meu irmão e meu amigo chegar para poder fazer algo melhor.

-Eu já te convidei para aproveitar as férias comigo, mas você não quer.

-Eu não quero atrapalhar suas férias ficando colada em você o tempo todo.

-Juro para você que isso não seria problema algum para mim. -Diz e eu dou risada com o sentido duplo da sua frase. -Onde você quer ir hoje ?

-Você quem escolhe.

-Hum. -Ele pensa. -Podemos apenas ir ao Cloud Gate, se você quiser. Sempre tem eventos lá e também gosto bastante do lugar.

-Foi lá onde nos reencontramos. -Digo.

-É por isso que eu gosto. -Suas palavras me deixam sem palavras.

-Então vamos ao Cloud Gate!

»«

      Saio de casa depois de só colocar uma roupa mais adequada que uma camisola e prender o cabelo em um coque desleixado. Meu irmão chega daqui a uma semana e eu notei que tem um furo no lençol de cama de um dos quartos, então tenho que comprar um novo, além de alguns produtos de limpeza também. Assim que fecho a porta do apartamento para sair, escuto o interfone tocando, mas não estou afim de voltar para atender, então ignoro e saio em direção aos elevadores. De longe, noto algo diferente na portaria, mas quando chego perto é quando consigo enxergar melhor.

-O que está acontecendo aqui, Estevão ? -Pergunto ao ver o portão da portaria repleto de rosas vermelhas em jarros e buquês. Quando eu digo várias, são várias mesmo. Acho que isso dava para usar em uns 15 funerais.

-Eu te quero de volta, Alexia! Por favor. -Ele segura uma rosa na minha direção.

-Você só está passando vergonha, Estevão.

-Por você eu passo tudo, quantas vezes você quiser.

-Eu quero que você saia de frente da portaria de onde eu moro.