47 - Alemanha

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     Ainda bem que saímos de casa bem agasalhados, porque assim que pisei fora do avião, todo o meu corpo foi atingido por um frio feroz. O Aaron já estava mais acostumado que eu ao frio da Alemanha, então parecia nem se importar muito. Já eu, estava andando com as pernas tremendo. Pegamos nossas malas na esteira e saímos de mãos dadas para fora do desembarque. Muitas pessoas esperam por outros passageiros do lado de fora e fico olhando para tentar encontrar o primo do Aaron que marcou de nos encontrar. Eu o vi apenas por fotos e o achei bem parecido com o meu namorado, podendo o reconhecer facilmente quando ele levantou a mão em um aceno para nós no meio das pessoas. Ele usava jeans apertados e uma camisa social xadrez com as mangas levantadas até o cotovelo. Também estava usando aquelas botinas com o bico um pouco levantado para cima e só faltava estar usando chapéu de cowboy para completar o look de rapaz da fazenda. No caminho que andamos até ele, fico imaginando o Aaron com roupas parecidas e não consigo conter um sorriso discreto.

 –Até que enfim chegaram! –O Klaus dá um toque forte da mão do Aaron que faz um barulhoso estrondoso e os dois se abraçam.

–Realmente. Esperou muito ?

–Não. Cheguei aqui tem meia hora.

–Klaus, esta é minha namorada Alexia. Amor, este é o Klaus. Meu primo.

–Olá, Alexia. –Nos cumprimentamos com um beijo em cada lado do rosto. –É um prazer conhecer a namorada do meu irmão aqui. Ele fala tanto de você que chega a dá dor de cabeça.

–O prazer é todo meu. –Sorrio. –Espero que isso seja um bom sinal. Ele também fala muito de você.

–É que ele me ama muito. –Sorrir e dá tapinhas no ombro do Aaron. –Bom, vamos ? A tia está ansiosa esperando por vocês dois. Deixa que eu te ajudo com isso. –Fala pegando a mala não tao grande que eu trouxe e caminha na nossa frete.

–Vamos lá então. –O Aaron fala entrelaçando nossos dedos e saímos do aeroporto em direção a camionete trincada que tem nos esperando na parte de fora.

–Sua camionete está impecável! Eu tive o cuidado de não bater com ela nos postes na vinda para cá.

–Bom garoto! –O Aaron sorrir. Eles entram na parte da frente do carro e eu me acomodo na parte de trás, então damos partida em direção a fazenda.

A viagem até a fazenda em Köpenick dura cerca de uma hora e meia, mas não fico sabendo disso antes de acabar adormecendo no banco de trás. Eles estavam em uma conversa tao animada e cheia de saudades que eu não queria me envolver, então depois ficar algum tempo olhando o celular e admirar a passagem do lado de fora, o sono me venceu. Felizmente o tempo passou mais rápido enquanto eu dormia e fui acordada pela camionete passando dentro de buracos em um possível caminho de terra. Já tínhamos saído do ambiente urbano e agora estávamos andando por entre vales e montanhas verdejantes. Muito acima de nós se via nevoeiros formados cobrindo uma parte do cume das montanhas e parecia que tinha esfriado um pouco mais. Ao nosso lado, as arvores em tons laranjas e vermelhos indicam um outono bem realçado e pelas pequenas poças que passamos dentro, indica que tem chovido.

–Acordou ? –Sinto a mão grande do Aaron no meu joelho e me viro para ele.

–Sim. –Sorrio. –Já chegamos ?

–Dez minutos. –Ele pisca para mim.

–A menina gosta de fazenda ? –Klaus pergunta me olhando pelo espelho.

Gosto. Faz muito tempo que não ando em uma fazenda, mas tenho boas lembranças da infância e da adolescência.

–Isso é bom! O Aaron já teve umas namoradas bem fresquinhas que detestavam pisar no chão molhado.

7 DesejosOnde histórias criam vida. Descubra agora