Acordo no meio da noite sentindo fortes enjoos e sem fazer barulho, saio da cama para não acordar o Aaron. Entro no banheiro e me abaixo perto do vaso sanitário, mas nada de conseguir vomitar. Passo alguns minutos tentando provoca vômitos sem fazer muito barulho, mas quando vejo que não vou obter resultados, desisto. Levanto novamente e lavo o rosto na pia.
Saio do banheiro e o Aaron se mexe um pouco, então visto uma camiseta sua para me proteger do frio e saio do quarto. Vou em direção a cozinha e acendo o fogão, colocando uma pequena panela de agua para esquentar em uma das bocas. Pego uma caneca que ganhei do Aaron no armário e que está escrito: "És a melhor!" para colocar um chá.
Minha obstetra disse que, quando sentisse enjoos e não conseguisse vomitar, poderia beber um pouco de água morna, mas fiz isso uma vez e mesmo tendo gosto de água, não tinha o gosto muito agradável, então prefiro preparar um chá. Enquanto a água esquenta, me sento em uma das cadeiras na mesa e olho as horas no relógio da parede. 03h17. Olho para cada parte da casa que meus olhos alcançam e volto no tempo. Lembro de cada detalhe de quando conheci o Aaron e dos caminhos que percorremos até chegarmos onde estamos. Morando juntos. Quase casados. Algumas pessoas já nos tratam como se fossemos casados e mesmo que, tecnicamente não somos ainda, eu gosto. Aliso minha barriga e sorrio ao lembrar que estou gerando uma criança. Uma criança que é fruto de um amor que avançou tao rápido quanto começou e que já está nos dando resultados positivos.
O barulho das bolhas de água fervendo dentro da panela me fazem voltar à realidade da minha cozinha e me levanto da cadeira. Apago o fogo e espero arrefecer um pouco. O saquinho de chá já está dentro da caneca, então viro um pouco de água com cuidado para não me queimar. Coloco um pouco de açúcar e deixo esfriar mais um pouco. Quando vejo que já está bom para tomar, pego a caneca de cima do balcão e levo para a pia, mas acabo escorregando em algumas gotas de água que caíram no chão e caio sentada, fazendo a caneca se partir ao meu lado e respingar agua morna em cima de mim. Os pingos quentes na minha pele não é nada comparado com a dor que sinto no pé da barriga, me fazendo ficar imediatamente ficar preocupada com o meu filho.
–Aaron! –Grito chorando. Tento me levantar, mas as dores fortes não deixam. –Aaron!
–Alexia ? –Ele me chama de volta e sua voz vem se aproximando. –Alexia ?! –Ele grita quando chega na cozinha e me ver sentada no chão. –O que aconteceu, pelo amor de Deus ?
–Eu caí! Minha barriga está doendo muito, amor. –Coloco a mão na barriga tentando amenizar a dor e fecho os olhos sentindo que vou desmaiar.
–Calma! –Ele fica olhando para os lados como se pensasse no que fazer. –Amor, você está sangrando!
–O que ? –Olho para a minha virilha e vejo que minha calcinha está suja de sangue. Meu coração acelera de forma descontrolada e começo a chorar mais alto. –Aaron, o meu filho está machucado!
–Calma, amor! Vai ficar tudo bem.
–Vamos logo no médico, por favor. Está doendo muito! Meu filho está machucado, amor.
–Eu vou te ajudar a levantar.
–Devagar.
–Tudo bem. –Ele passa meu braço pelo seu pescoço, coloca a mão por trás da minha cintura e me levanta devagar. Não consigo andar direito devido as dores, então ele me coloca sentada na cadeira e vai correndo ao quarto buscar o celular e nossos documentos. Ele volta suado e mesmo assustada, eu fico com pena dele, mas não consigo sequer o acalmar.
–Acho que já está tudo, amor. Vamos ?
–Sim, por favor. –Tento sorrir, mas ele permanece sério. Ele passa a alça da minha bolsa pelo seu pescoço e com cuidado, me pega no colo novamente.
–Vai ficar tudo bem. –Ele beija minha testa enquanto desce os poucos degraus em frente a nossa casa e me leva até o carro, onde me senta no banco ao lado do motorista e entra correndo no lugar atrás do volante. Ele dá a partida e enquanto dirige, pega o celular e liga para o hospital. Eu fecho os olhos tentando amenizar as dores e fico escutando ele praticamente gritando com a pessoa do outro lado da linha que está chegando com sua mulher grávida e que exige uma cama rápido.
Chegamos ao hospital poucos minutos depois, mas eu ainda chorava com medo de algo ter acontecido com meu filho. Alguns enfermeiros estão nos esperando com uma maca fora do hospital e o Aaron me coloca nela. Eles empurram a maca para uma das salas e o Aaron não desgruda um só minuto de mim. Já dentro da sala, a minha obstetra chega e eu fico feliz por ela estar disponível para me atender. Sou submetida a uma ultrassonografia transvaginal e a uma ultrassom normal. Cada minuto que se passa é como se fosse uma tortura e o Aaron fica segurando minha mãe para tentar me deixar mais calma.
Felizmente o meu bebê estava bem e a causa do sangramento havia sido apenas pelos esforços físicos que tenho feito na mudança da casa e devido a queda na cozinha. Saímos do hospital com algumas recomendações e uma nova ultrassom marcada para daqui a uma semana, onde a médica vai ver se há alguma alteração dos resultados que ela me deu hoje, apenas por precaução.
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7 Desejos
Romance1- Encontrar alguém que me ame do jeito que eu sou. 2- Pular de paraquedas. 3- Entrar de penetra em um casamento. 4- Fazer uma tatuagem. 5- Me casar. 6- Ser pai. 7- Ser personagem de um grande romance. Alexia tinha uma vida simplesmente normal em Ch...