31 - Oficialmente um casal

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      Abro os olhos já com um sorriso no rosto por lembrar do dia de ontem. Olho para o lado na cama e vejo que meu namorado ainda continua dormindo. O lençol meio jogado por cima do seu corpo quente, uma de suas mãos acima da sua cabeça e a outra pousada em cima da sua barriga é a coisa mais linda para se ver pela manhã. Me inclino em sua direção e deixo um leve beijo no seu queixo, então me levanto bem devagar para não o acordar. Visto a sua camisa que tirei no meio da noite por causa do calor e vou para o banheiro, onde pego a escova de dente que compramos ontem e faço minha higiene matinal. Quando saio, ele continua dormindo, então saio do quarto e vou ver o que há para fazer para um café da manhã. Pela primeira vez, na porta da geladeira, noto um papel com algumas anotações:

"Horários – GA 101

12h – 15h – 17h

Evitar tomar com o estômago vazio."

–Está tudo bem ? –Escuto a voz do Aaron atrás de mim e me viro rapidamente. Fico esperando ele brigar comigo por estar olhando atentamente, mas ao invés disso, ele me olha confuso.

–Sim, está tudo bem. –Sorrio e vou até ele, abraçando seu pescoço e lhe dando um beijo. –Ainda está cedo.

–Eu sei, mas eu me virei e vi que você não estava mais na cama. Achei que tivesse ido embora.

–Eu só vim preparar o café da manhã. –Sorrio.

–Eu te ajudo.

–Okay.

Preparamos apenas suco natural de goiaba e panquecas de aveia e mel. Sentamos na mesa para comermos juntos enquanto conversamos.

–É o horário do seu medicamento na geladeira ? –Aponto, mesmo sabendo da resposta.

–Sim. –Dá de ombros. –Por que ?

–Por nada. Acho que não tinha notado antes.

–Eu coloquei há pouco tempo.

–Entendi. –Dou uma pausa. –Quando você vai poder parar de tomar os remédios que toma ?

–Ainda é sem previsões.

–E não te incomoda ?

–Acho que já me acostumei, então é praticamente algo que faço no piloto automático. Tipo escovar os dentes ou pegar água na geladeira.

–E isto é bom ? Acho que estou fazendo perguntas demais.

–Não está não! Agora você é minha namorada e deve saber.

–Tudo bem.

–E respondendo a sua pergunta, eu não sei se é uma coisa boa ou não, mas facilita bastante quando você depende de medicamentos.

–Desde quando você tem asma ?

–Eu descobri quando tinha 23 anos.

–Então você convive com ela há seis anos ?

–Sim. –Dá de ombros e morde um pedaço de sua segunda panqueca.

–Por que você age como se fosse uma coisa indiferente na sua vida ? –Pergunto.

–Como assim ?

–Não sei, mas você sempre dá de ombros quando responde e nada na sua feição muda. É como se ela não te afetasse e fosse uma parte normal de você.

–Mas é uma parte normal de mim. Não tem cura e eu tenho de conviver com ela.

–Mas te afeta.

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