56 - Um novo desejo. Uma nova realização

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Aaron

Olhar para o espelho só me faz ver que não sou mais o que era antes. Minha pele está mais pálida do que nunca, meu peso parece desaparecer em um passe de mágica a cada dia e as veias no meu peito e braços só mostram o quanto estou me aproximando do primeiro lugar na fila da morte. Quem dera que isso fosse apenas por fora. Por dentro parece que meu corpo vai explodir de tanta dor que sinto e tem horas que eu queria morrer no exato momento em que uma dor destas chega.

Ontem a noite quase não consegui dormir pensando na Alexia e em como ela deveria estar. Eu me recusava a tentar entrar em contato com ela e uma parte de mim, mesmo que dolorida, estava querendo ficar feliz por ela ter ido.

Meus pais estão desolados depois que eu dei a noticia e querem a todo custo vir a Chicago, mas eu pedi que não, pois logo estaria me mudando para lá e os veria novamente. Eu não sei por quanto tempo mais terei que ficar neste hospital, mas como já estou desenganado, prefiro morrer na minha terra do que nesse ambiente melancólico e frio.

–Senhor Aaron ? –Uma enfermeira negra e gordinha entra no quarto com uma bandeja de café da manhã.

–Olá. –Digo e me sento na cama.

–Dormiu bem ?

–Eu não dormi. –Sorrio. –Esta comida está aparentemente apetitosa.

–Como você consegue ? –Pergunta e quando lhe olho, seus olhos estão cheios de lágrimas.

–O que ?

–Como consegue sorrir e ser tão gentil perante a situação ?

Eu largo os talheres.

–Eu não tenho outra alternativa.

–Eu sei, mas eu já vivi com pacientes que viveram os últimos dias se lamentando e sendo terrivelmente estupido com todo mundo a sua volta.

–Cada pessoa age de uma forma perante a um câncer terminal. –Dou de ombros. –Eu prefiro agir assim para não ter que ser lembrado como um cara terrivelmente estupido com as enfermeiras.

Ela sorrir e uma lágrima rola pelo seu rosto. Eu abro os braços e ela vem na minha direção, então eu abraço com força. Ela chora ainda mais e eu sorrio com algumas lágrimas que também rolam pelo meu rosto.

–Pronto! Não vou mais chorar. –Ela fala sorrindo e limpando as lágrimas quando paramos o abraço.

–Tem certeza ?

–Acho que sim. –Ela rir. –Agora vou ter que te dá outra picada.

–Esteja a vontade. –Estiro meu braço sorridente e trinco os dentes ao receber uma injeção tanto quanto dolorosa.

–Prontinho. –Ela falando colocando um band aid em cima. –Como se sente ?

–Acho que quero tomar essas injeções por mais vezes. –Falo e ela sorrir.

A injeção é a que me tira as dores todos os dias e tenho que tomar pelo menos umas três ou quatro vezes no dia.

–Eu vou olhar os outros pacientes. Qualquer coisa, já sabe como me chamar.

–Sei sim. Obrigada.

–Por nada, mas coma tudo.

–Como, sim senhora. –Digo fazendo continência e ela sai sorrindo.

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