CAPÍTULO DEZENOVE

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Eu desejei que o dia demorasse a passar, mas pela primeira vez eu nunca vi o sol partir tão rápido quanto naquele dia.
Antes de ir pra casa, passei em uma loja de brinquedos e comprei um ursinho de pelúcia identico ao de Alice para dar a Santiago, já que eu havia prometido dar se ele voltasse a comer. Não que ele tenha entendido, mas promessa era dívida.

Cheguei em casa ainda com a mesma dor de cabeça que fiquei no momento em que Alfonso me ligou, dizendo que à noite iria com Christopher até meu apartamento. Não pensei que seria assim tão em cima da hora, e sem eu me preparar psicologicamente para isso.

Paco até me deu um remédio no hospital, mas eu estava tão nervosa e tão estressada que não funcionou. A parte de trás da minha cabeça latejava a cada buzina que eu escutava no caminho e isso le dava vontade de chorar. Talvez eu devesse cancelar o encontro, mas eu só adoaria o sofrimento.

Cheguei em casa e já peguei logo o prato com comida que Ana estava dando a Alice para que ela fosse embora. Eu já tinha passado do horário de chegar em casa e não gostava disso.

— Agora que terminou, o que acha de trocar de roupa, hein mocinha?

Ela pegou a colher e tentou por na minha boca, mas eu virei o rosto. Até tentei comer algo pela manhã, mas a ligação que recebi fora às sete da manhã, quando estava arrumando para ir trabalhar.

Peguei Alice, levei-a até o banheiro e dei uma lavada no rosto lambuzado dela, depois a levei para o quarto e troquei a fralda e coloquei um pijama que Anahi tinha dado a ela. Na verdade parecia mais uma fantasia de unicornio branco, rosa, lilas e azul do que um pijama. Confesso que ficou engraçado. Ela tinha uma madrinha cheia de ideias malucas, e uma gaveta cheia desses pijamas prontos para serem usados no inverno.

— Quem é o unicórnio mais lindo do mundo, hum? — Dei um beijo estalado na bochecha dela.

Depois ficamos na sala enquanto eu brincava com ela no carpete. Ela tentava encaixar as peças geométricas em uma girafa de plástico e ficava batendo as peças nela.

— O de coloca esse? Hum?

Entreguei o quadrado a ela e ela tentou enfiar no buraco em forma de estrela.

— Não amor, não é aí. Não cabe.

Senti meu coração saltar enquanto o interfone tocava. Olhei em direção à porta imaginando Christopher entrando por ela, mas então me lembrei que eu precisava liberar a entrada.

— Vem com a mamãe, amor.

Levantei, pegando-a no colo e fui até a cozinha para liberar e depois fui até o sofá, me sentei e deixei novamente ela no carpete.

Demorou uns cinco minutos até a campainha tocar e quase um minuto para eu ir abrir. O primeiro que vi, fora Alfonso, que ofereceu um sorriso acolhedor, e logo atrás dele, Christopher, com sacolas enormes de alguma loja de brinquedos nas mãos.

—  Boa noite, Dul. Será que a gente pode entrar?

— Claro!

Dei passagem a eles. Primeiro Alfonso me deu um beijo na bochecha e entrou, ficando parado ao meu lado e depois Christopher.

— Dulce...

— Christopher...

— É ela? — Ele olhava vidrado para ela, que parecia nem perceber a presença dos dois ali.

[Revisão] Forgive (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora