CAPÍTULO QUARENTA E NOVE

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Abri meus olhos lentamente, dando algumas piscadas. O avião acabara de aterrissar e Christopher estava cutucando meu nariz.

— Eu tô com sono... — Resmunguei, apoiando a cabeça em seu ombro.

Como eu era a melhor pessoa para viajar de avião, ironicamente falando, precisei tomar um remédio que para dormir antes de sair de casa e o efeito ainda não tinha passado.

— Eu te disse pra tomar só a metade.

— Aff. — Arrumei-me na poltrona desafivelando o cinto de segurança. — Pega a bolsa aí em cima.

— Tá, deixa comigo.

O caminho até o hotel fora de total silêncio. Vez ou outra eu acabava cochilando e Christopher não me deixou em paz, apertando meu nariz e bochecha todo o trajeto.

Em pouco mais que vinte minutos dentro do táxi lá estávamos nós, na recepção do enorme hotel e resort Cozumel Palace. Apesar da noite, as lâmpadas permitiam ger o local e parecia estar exatamente como da última vez que estivemos ali.

Ele era enorme e pintado todo de uma cor creme, quase branca, e as varandas dos quartos eram todas viradas para a piscina e para a praia.

Fizemos o check in e então como sabíamos que eles se encarregariam de levar nossos perteneces até o nosso quarto, fomos dar uma volta na orla da praia. Em silêncio. Talvez porque estávamos cansados ou porque simplesmente queríamos ficar em silêncio.

Christopher segurou minha mão enquanto caminhávamos e continuei calada. Eu estava feliz de estar ali novamente, mas parte de mim, naquele instante queria saber o que iria acontecer dali pra frente.

— Tá pensando no quê? — Perguntou, como se já estivesse advinhando que eu estav prestes a começar a falar.

— Na gente. — Olhei em direção ao oceano. Não dava para ver nada além de um céu extremamente estrelado, um fundo negro e algumas luzes distantes do que julguei ser navios cargueiros.

— O que, exatamente? — Ele parou de caminhar e soltou minha mão.

— Nosso relacionamento é sempre tão conturbado, não acha?

— Como assim? — Virou-se para mim e pude ver um ar de dúvida em seu rosto.

— Ah, sei lá... eu... eu gosto de você desde... desde sempre.

— É! Isso eu sei. — Comecei a bagunçar a areia embaixo dos meus pés, sem conseguir encará-lo.

— E você... sei lá. Tava sempre com outras garotas e quando a gente ia ficar junto, aconteceu aquilo com o Victor.

— Mas a gente tá junto agora, né?

— De uma maneira bem torta. — Forcei um sorriso. — Tem noção de que eu admiti o que sentia em um dia que não deveria? Quer duzer, claro que sabe né!

— Foi mesmo, mas sabe de uma coisa? — Ele me puxou pela cintura. — Aquilo que aconteceu ficou mais fácil de se aguentar graças à sua petulância. — Ele deu meio sorriso. — Eu tava no fundo do poço e se não fosse você, quem sabe como estaria agora?

— Provavelmente com a desgraçada da Natália ou alguma outra puta por aí.

— Dulce!

[Revisão] Forgive (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora