CAPÍTULO TRINTA E SETE

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A noite de Natal foi boa, mas estar em casa no dia seguinte, foi melhor ainda. Um almoço apenas com Alexandra, Christopher as crianças e eu.

Alexandra me ajudou com a comida, enquanto Christopher dava conta das crianças na sala de estar.

— Posso fazer uma pergunta? — Alexandra perguntou, de costas para mim.

— Claro.

— Você acredita mesmo que ele é filho do Christopher?

— O Santi?

— Sim.

— Acredito. — Mentira. A dúvida que me cercava era das fortes.

— Eu não consigo enxergá-lo como meu neto. Eu tento, sabe? Mas não é o mesmo como é com a Ali.

— Alexandra, ainda que ele não tenha o sangue do Christopher, eu o acolhi como se fosse meu filho. Não importa, né?

— Se apegou mesmo a ele, né? Seu pai então, nem se fala. — Seu tom de voz ainda era de desprezo e aquilo me deixou com os nervos à foor da pele.

— O Santi é da família, e sim, ele pode não ter o meu sangue e nem ter saído de dentro de mim, mas eu vou amá-lo como se tivesse. É meu filho agora. Meu e do Christopher e não vou permitir que ninguém o destrate por isso.

— Nossa. Foi só uma pergunta, não pensei que estaria tão na defensiva.

— Ele é seu neto, deveria começar a aceta-lo, por que um dia ele vai sentir a diferença das pessoas com relação a ele e a irmã e eu não quero ser a pessoa que terá que explicar a ele o por quê de tanto descaso. Ele é dócil e completamente carente. Dê uma chance a ele, não vai se arrepender.

— Eu estou tentando.

— Vou levar a salada pra mesa, com licença.

Quando cheguei na sala, Christopher estava caído no chão enquanto as duas crianças estavam em coma dele quase morrendo de dar risada seja lá de que brincadeira era. Alice chegava a ficar vermelha de tanto rir e estava toda babada. Ria tanto que uma hora ela chegou a cair pra trás.

— Epa!

— Tem coisa mais gostosa que isso, Dulce? Olha só a risada desses dois. Olha só, Santi, Alice? — Eles olharam para o pai sorrindo. — Bu!

E então os dois caíram na gargalhada novamente, me fazendo rir. Aquilo sim era melodia para os olhos.

— O almoço tá pronto, Chris.

— Eles vão comer com a gente?

— Sim. Ann... a gente só tem uma cadeirinha, precisamos dar um jeito nisso.

— Auando nos mudarmos, daremos.

— Vocês irão se mudar?

Alexandra chegou trazendo a travessa com carne. Christopher me olhou e eu dei de ombros.

— Sim. Vamos morar junto, vai ser melhor para todos nós.

— Que maravilha! E quando pretendem se casar? Não que eu seja uma louca conservadora, mas é que eu sonhei a vida inteira de ver meu único filho no altar.

Desviei meu olhar e fui pegar Alice para colocá-la na cadeirinha. Christopher se levantou e pegou Santiago no colo.

— O futuro a Deus pertence, mãe.

— Quem sabe quando eles estivarem maiores? Agora está tudo tão prematuro. — Coloquei minha filha na cadeirinha e me sentei ao lado dela. — Vamos comer, amor? Tá com fome?

[Revisão] Forgive (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora