CAPÍTULO DOZE

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Fechei meus olhos e prendi o grito de dor quando Paco puxou minha mão para faze-la voltar ao lugar.

A dor que senti depois que a adrenalina acabou era fora do comum, e eu só não chorei porque estava tentando não me irritar ainda mais com Christopher.

— Desculpa!

— Não peça desculpas, você é a pessoa que menos tem culpa nessa história. — Saltei da maca para o chão e esperei que ele fizesse algum curativo, mas ele não o fez.

— Vai ficar um pouco dolorido por um dia ou dois, mas nada que não vai aguentar. Só não faça muito esforço.

Houve um minuto de silêncio dentro do consultório e eu soltei um suspiro fraco.

— Eu preciso ir, tenho pacientes para atender e provavelmente irei levar uma bronca pelo que fiz.

— Ele mereceu!

— Sim, mas vai lá tentar explicar issonpara a coordenação. — Dei de ombros massageando a mão que estava um pouco inchada.

— O jantar ainda está de pé?

— Sim, mas agora é você que irá cozinhar.

— Com todo prazer!

Eu nunca vi o coordenador tão bravo como ele ficou comigo. Eu até tentei explicar a situação mas só piorpu o meu lado. Ouvi-lo dizer que aquilo era motivo para demissão me deixou tão irritada que eu tive vontade de ir até Christopher e terminar o que eu comecei. Por que ele precisava voltar? Para terminar de destruir a minha vida?

Cheguei a cogitar a possibilidade de transferir Santiago para outro médico, mas quando me lembrei que ele só ficava realmente tranquilo quando eu o atendia, desisti.

Enquanto estava na minha sala eu fiquei pensando em como eu agi no início. Ele era apenas um bebê que eu odiei e tive nojo, mas naquele momento eu estava com raiva de mim. Como eu pude agir daquela maneira? O menino sequer vai conhecer a mãe e o pai... bom... eu não podia mudar nada ali.

Passei no final do dxpediente para fazer uma última visita ao pequeno, mas este dormia profundamente, provavelmente devido aos fortes medicamentos que ele estava tomando através do soro.

— Você já vai?

— Do que te importa?

— Me... me desculpa!

— Desculpa não vai mudar nada do que você fez ou falou comigo, e não, eu não te desculpo.

Afastei-me do berço sem sequer olhar na direção dele e então eu saí.

Paco me esperava no estacionamente, encostado em seu carro que estava há alguns metros do meu. Combinamos de nos encontrar no mercado perto do meu prédio e depois seguiríamos para lá.

— Olha só quem veio ver a coisinha mais gostosa desse mundo!

Falei enquanto terminava de abrir a porta. Alice e Ama estavam no carpete e ela tentava dar papinha para ela que estava toda suja.

— Mama!

Ela ignorou o fato de que Ana estava prestes a encher sua boca com mais uma colherada daquela pasta amarelada e veio engatinhando na minha direção.

— Oi meu amor!

Soltei as sacolas que tinha em mãos no sofá e abaixei-me para pega-la. Ela estava com um cheirinho delicioso de bebê que acabara de sair do banho. Dei um beijo e um cheiro no pescoço dela e ela gargalhou. Como eu amava aquela gargalhada.

— E aí Ana? Como foi o dia de vocês duas?

— Bem tranquilo. E aí, Paco, tudo bom?

— Hurrum e você? Ann, eu vou lá guardar essas sacolas na cozinha e já volto. — Ele fechou a porta e seguiu para a cozinha.

[Revisão] Forgive (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora