CAPÍTULO ONZE

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Naquele dia eu fiquei tão irritada com Christopher que eu evitei ao máximo manter contato com ele. Eu já tinha perdido horas de sono por causa do filho dele e perdi o meu horário de almoço também, e ele ainda teve a audácia de dizer aquilo.

Cheguei em casa tão cansada no final do expediente, que me bateu vontade de chorar. Minha cabeça doía, minha coluna latejava e tudo que eu queria era deitar na minha cama e dormir até o dia seguinte, mas ao contrário disso, eu tinha uma filha para cuidar. Sozinha!

Depois de tomar banho e comer alguma coisa, eu coloquei o cercado dela no quarto, liguei um desenho animado para ela, enchi-a de brinquedos e deixei o travesseiro e o ursinho dela lá dentro. Deitei na minha cama e fiquei lá, tentando não dormir vendo-a brincar e tentar falar palavras que eu não conseguia entender.

Sem querer eu acabei dormindo e acordei no susto e só me aliviei depois de vê-la dormindo lá dentro, deitada de barriga para baixo e abraçando o ursinho. Levantei-me para trocar a fralda dela e depois dei a última mamadeira dela. Ela nem mesmo percebeu quando a coloquei no berço e então eu consegui dormir de verdade. Eu estava exausta, desejando que chegasse logo a minha folga e pensando como eu iria manda-la para a casa de Alexandra se Christopher poderia vê-la a qualquer instante.

No dia seguinte, quando cheguei no hospital, era ela quem estava com o menino Santiago. Ela estava sentada na cadeira lendo um livro e ele estava deitado no berço olhando curiosamente para ela.

— Ale?

— Dulce? Oi! Bom dia, como está?

— Eu estou bem e você?

— Bem.

— O Christopher?

— Tinha uma entrevista de emprego então tive que vir.

— Ele passou a noite aqui?

— Sim!

— Ele deve estar exausto.

— E desde quando você se importa?

— Olha Alê, não me importa. Eu não me importo com o Christopher e se estou atendendo o Santiago é porque eu me formei para isto. E outra coisa: ele não tem culpa do que o idiota do pai dele e a infeliz da mãe dele fizeram. Ele assim como a Alice é seu neto, e você não pode agir assim. Nenhum e vocês têm direito de destrata-lo e fingir que ele não existe. O que houve entre o Christopher e eu não diz respeito a mais ninguém, então pare com isso. Ele é apenas uma criança que está precisando de muito carinho e atenção e o único que faz isso é o pai dele.

Ela não disse nada, então eu simplesmente continuei meu trabalho. Examinei o menino que parecia estar mais dopado que quando chegou no hospital e depois fiz mais anotações. Ele estava fraco, continuava sem querer comer e com febre.

— Papai.

Ele chamou com a voz bem baixinha me olhando. Seus olhinhos estavam úmidos e ele fazia um biquinho de dar pena.

— Ele já vai voltar, tá? — Acariciei o cabelo dele e ele começou a chorar silenciosamente. — Não chora bebê.

— Papai.

— Olha quem tá aqui com você. — Peguei o ursinho dele e o entreguei, mas ele não quis segurá-lo. Tudo que ele fez fora esticar os bracinhos para mim e eu tive que pegá-lo. — Pode ficar com ele um pouco? Eu preciso fazer algumas coisas.

Tentei colocar ele no colo da avó, mas ele resistiu, agarrando-se em mim com força e começando a chorar verdadeiramente. Foi difícil, mas consegui tirá-lo de mim e quando estava entrando no elevador, ainda podia ouvir os gritos e o choro dele. Um fato: se Alexandra não gostava dele, ele também não gostava dela.

[Revisão] Forgive (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora