CAPÍTULO CINQUENTA E QUATRO

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Uma buzina insistende me fez acordar. O sol ainda estava baixo, porém já estava tarde. A água da praia estava quase nos alcançando e ao leu lado, Christopher dormia, assim como eu, completamente nu.

Esfreguei os olhos enquanto tentava enxergar onde tinha ido parar meu vestido e para minha surpresa, ele já estava sendo levado pela água.

— Droga! Christopher, acorda!

Empurrei seu corpo para o lado e ele acordou, completamente assustado.

— Caramba! Que horas são?

— Eu não sei. Tem alguém buzinando lá em cima.

— Caralho! — Saltou já buscando suas roupas e se vestindo apressadamente. — A grnte trm que ir. Se vista!

— Meu vestido... — Apontei a água e ele passou a mão pelo rosto.

— Droga! Toma, veste minha blusa. Cadê sua calcinha? — Ele jogou a blusa na minha direção e essa veio cheia de areia.

—Provavelmente em algum lugar cheio de areia ou no fundo do mar. —Dei de ombros, me vestindo.

A minha sorte era que a blusa era grabde o suficiente para tapar o que importava, mas mesmo assim não fui poupada da vergonha de estar novamente dentro do taxi apenas trajando uma blusa social quase transparente.

— Desculp, a gentr perdeu a hora.

— Tudo bem. Só não fui lá porque não queria attapalhar.

O motorista me olhou pelo retrovisor e eu desviei meu olhar para fora, tentando, sem êxito, não transparecer estar nervosa.

Eu estava apenas de blusa dentro do carro de um completo estranho!

Chegando no hotel eu fui o lais rápido que pude pra o quarto e só lá eu me senti finalmente segura. Tomei um banho demorado e simente quando terminei de me vestir que me dei conta de que minha virilha estava toda assada.

Bufei sabendo que ficaria uns dias assim. Mas também, não era pra menos. Tantos dias sem um descanso sequer não poderia resultar em algo diferente. Christopher e eu não podíamos ver uma brecha que já estávamos tirando a roupa e fazendo sexo.

Eu tava cansada, então não falei muito no caminho para o aeroporto. Já que não podíamos ficar ali para sempre, eu só queria chegar em casa e dormir um pouco.

— Por que tá andando assim?

— Tô toda assada! — Minhas bochechas coraram e ele riu.

— Não trouxe pomada?

— Não. Chegando em casa eu passo... Eu tô com fome, será que dá tempo de comer algo antes de embarcar? — Sair às pressas do hotel não deu nem tempo de tomar café da manhã e minha barriga roncava tão alto que temia que alguém próximo a mim ouvisse.

— Dá e sobra. Vamos despachar as malas e a gente vê algo pra comer. E tenta não andar tão... de perna aberta, vai todo mundo perceber.

— A culpa é toda sua, querido!

— Olha quem fala, né? O sujo falando do mal lavado.

Depois de comer não demorou muito para que o nosso voo fosse anunciado e no instante que pisei os pés no avião eu me lembrei que não tinha tomado o remédio para dormir e tomar àquela altura do campeonato não faria muita diferença.

Durante a decolagem eu estava tão nervosa que Christopher percebeu e me deixou apertar a mão dele.

— Tá tudo bem, amor. Só algumas horas e estaremos em casa.

— Eu... eu odeio voar! —Fechei meus olhos e pressionei meus labios um contra o outro.

Que sensación horrivel! Como as pessoas conseguiam entrar naquilo e ficar ali por horas e horas sem medo de que aquela máquina com asas resolvesse testar a lei da gravidade.

— Puta que pariu! Essa desgraça vai cair, Christopher! Eu não quero morrer hoje, ainda não fiz bem metade do que devia. Perdi minha juventude toda estudando, isso não é justo.

Quase gritei quando disse isso e pude ver um senhor de meia idade rir do outro lado do corredor, juntamente com Christopher. Na verdade, acho que todos que me ouviram riram da minha cara.

— Dulce, relaxa. Ele só tá ganhando altura, quando chegar na altura certa ele ainda vai ter uma pequena queda para estabilizar, mas vai ser rápido.

— Ah, seu filho da puta! Vai se foder, eu não precisava saber disso.

A pressão em minha cabeça fazia eu querer vomitar. Talvez devêssemos ter optado pelo transporte à pé. A sensação do avião subindo era simplesmente horrível e quando ele chegou no ápice da altura, eu senti como se realmente estivéssemos caindo. Meu pânico foi tanto que naquele instante comecei a hiperventilar.

— Droga, Dulce!

Ele soltou o próprio cindo e apertou o botão que liberava a máscara de oxigênio, colocando-a rapidamente em meu rosto.

— Calma, tá? Já passou. Olha pra mim. Respira com calma. Tá tudo bem, amor. Tá tudo bem.

Eu fui me acalmando com as palavras dele. — E se a gente morrer? — Minha boz falhou. Eu realmente estava apavorada.

— Deixa de ser boba, ninguém vai morrer. Vamos conversar um pouco, assim você relaxa.

— Eu quero vomitar. — Voltei a fechar meus olhos. Que sensação horrível! Eu jamais voltaria a entrar num avião sem um remédio que me fizesse dormir antes mesmo do avião decolar.

Ele apertou algum botão acima da minha cabeça e não demorou muito até uma aeromoça aparecer.

— Em que posso ajudar?

— Desculpa. Pode trazer um pouco de água, por favor? Ela não tá se sentindo muito bem.

— Com gelo ou sem gelo, senhor?

— Sem.

— Eu já volto.

O enjoo passou parcialmente depois de uns três copos de água e pude seguir o restante da viagem um pouco mais confortável com Christopher conversando comigo o tempo todo.

Eu só faltei beijar o chão quando pousamos e agradeci por chegar em casa viva. Quem inventou o avião não era normal. Não mesmo...

Tomei um banho para relaxar e fui me deitar, enquanto Christopher ía ao mercado fazer compras, já que a geladeira estava vazia e de lá iria buscar Santiago e Alice na casa dos meus pais.

[Revisão] Forgive (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora