CAPÍTULO SETENTA E CINCO

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Olhei bem o monitor enquanto ouvia o som forte dos batimentos do bebê e sentia o obstetra passar aquele aparelho na minha barriga. Ao meu lado, Christopher parecia vidrado e sorria feito bobo ouvindo o coração do neném bater.

— Segundo filho?

— Na teoria sim. — Peguei a mão de Christopher. — Pode-se dizer que é o terceiro.

— Sério? — Assenti. — Tenho um casal.

— Legal. Eu tenho cinco filhos, quatro meninos e finalmente, uma menina. — Comentou ele, sem tirar os olhos do aparelho.

— Caramba!

— Tá vendo aqui? Você está com dez semanas. — Olhei para Christopher e ele ficou sem entender.

— Dois meses e meio, Chris, como você chutou.

— Acertei?

— Sim.

— Eu disse, eu disse. — Ele comemorou feito uma criança. — Já dá pra saber o sexo?

— O feto está com três centímetros, e ainda não está formado a genitália. Mais algumas semanas, papai.

— Tudo bem, nem estou ansioso.

— Imagina se tivesse. — O fitei e ele sacudiu os ombros.

O médico riu, por que provavelmente ele via esse tipo de coisa sempre. — Ele é bem agitado, não para de se mexer.

— Como você tem se sentido, Dulce? Muito enjoo?

— Não tanto quanto da primeira gestação, mas sim. Tem dia que é difícil comer alguma coisa.

— Eu vou passar algumas vitaminas pra você tomar, pode ser? E um remédio pra enjoo também. Tem comido coisas saudáveis?

— Surpreendentemente.

— Ela comeu uma melancia quase toda sozinha ontem, depois ficou reclamando de passar a noite no banheiro.

O médico deu uma gargalhada gostosa. Aquilo realmente era verdade, mas o que eu podia fazer? Tava tão boa.

— Pelo menos se hidratou bastante.

— Sim.

— Dulce, eu vou pedir alguns exames pra você, pra garantirmos que está tudo certo, tá? Acho que já está familiarizada com isso.

— Estou.

Depois que troquei de roupa, ele me passou uma série de vitaminas que eu já conhecia bem e então eu me despedi de Christopher e voltei a trabalhar. Foi bom ouvir os batimentos do meu bebê pela primeira vez e melhor ainda por que agora estávamos em paz.

Nos últimos dias tudo estava voltando ao normal. Santiago, depois de passarmos num psicólogo, estava voltando a ser a criança que costumava ser, embora algumas noites fosse difícil deixa-lo sozinho no quarto, por que ele logo começava a chorar, chamando por mim ou por Christopher, mas durante o dia ele já estava mais tranquilo. Brincava como antes e era todo atencioso com Alice, como se ser bom com ela fosse algo importante, como se ele tivesse sentido falta demais dela e não quisesse que ela se afastasse.

Christopher não economizava quando o assunto era dar atenção aos filhos, e, surpreendentemente, depois que Santiago voltou, Alice também acalmou, o que me levou a crer que, embora ela seja agitada por natureza, o jeito como ela estava agindo era apenas um modo de chamar atenção. Num dia forçamos ela a ter um irmão e no outro, tiramos ele dela. Foi lindo como ela abraçou Santiago quando Christopher chegou com ele em casa.

[Revisão] Forgive (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora