CAPÍTULO QUARENTA E OITO

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Não foi difícil conseguir convencer Christopher a deixar a mãe dele de lado quando coloquei Santiago na frente do campo de batalha. Não era justo colocá-lo em um campo de guerra por algo que ele não tinha culpa.

Mesmo assim, apesar de convencido, ele não hesitou em pedir aos meus pais para ficarem com as crianças durante a viagem. Ele não queria a mãe dele nem perto de Santiago e muito menos durante a nossa ausência.

Sentei-me sobre a mala tentando fechá-la e chamei por ele que à essa altura estava impaciente por eu não ter terminado de arrumá-la no doa anterior. Naquele dia iríamos pegar um voo até Cancún e de lá uma barca até Cozumel. Eu estava ansiosa por isso, porque estávamos mesmo precisando ficar um tempo a sós.

— O que foi?

Ele apareceu na porta com uma criança em cada braço, enquanto estes estavam grudados em seu cabelo. Dei uma risada vendo a careta de dor dele.

— Fecha pra mim? — Fiz um biquinho e ele revirou os olhos. — Porfavorzinho! — Juntei as mãos à frente do rosto, fingindo implorar.

— Pra quê tanta coisa? Está indo pra praia, não a Paris!

— Você não faz ideia do que tem aqui dentro, então fica calado e só faz o que pedi!

— Tá, pega eles aqui. Puta merda, parem, tá doendo, vão me deixar careca! Já não basta o cabelo branco?

— Santo exagero!

Fui até ele e peguei os dois de seu colo, deixando-os no chão em seguida. Santiago logo começou a chorar, esticando os braços e tentando escalar na minha perna, enquanto Alice, elétrica como sempre, já estava indo desengonçada em direção ao banheiro.

— Meia volta mocinha! — Falei, pegando Santiago no colo e já indo atrás dela. Foi engraçado, por que quando me viu, ela deu um grito e começou a correr. Eu nem sabia qie ela sabia correr!

Mas a festa logo acabou, quando ela caiu com tudo no chão, dando gargalhadas. Ela definitivamente não era normal!

— Vem filha, vamos trocar de roupa que logo seu vovô chega pra pegar vocês. — Puxei-a pela mão colocando-a de pé. — Chris, tudo certo com as bolsas deles?

— Sim. Só falta eles mesmo. Quer ajuda?

— Seria bom. Vestir esses dois ao mesmo tempo dá trabalho.

— Tá. Deixa que visto ela então. Vem filha.

Ele a pegou no colo facilmente como se ela fosse leve demais. Na verdade, eu adorava ver como ela ficava pequena no colo dele.

Vesti Santiago e depois desci até a cozinha para dar comida a ele. Deixei-o na cadeira e fiquei para vendo-o comer.

— Prontinho, mamãe. Estou linda agora!

Olhei para a porta e vi Alice no colo de Christopher. Ela estava com uma fantasia de unicórnio branca e rosa.

— Christopher! — O repreendi e ele sacudiu os ombros sem se importar.

— Ela não deixou eu vestir nada, por que acha que demorei?

Ele deu de ombros indo colocá-la em outra cadeira. — E depois eu que mimo ela. — Revirei os olhos. — Dá logo a comida que meu pai já deve tá chegando.

[Revisão] Forgive (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora